A exposição de artes plásticas “No Fio da Navalha”, que reúne cerca de 130 peças produzidas por pessoas com problemas de saúde mental, vai ser inaugurada sexta-feira, dia 27, no Castelo de Portalegre.
Trata-se de uma mostra nacional, integrada num dos eixos estratégicos do Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016, que tem como objectivos a promoção da Saúde Mental e o Combate ao Estigma.
Esta exposição é a primeira de uma série de iniciativas que vão decorrer nas cidades alentejanas de Portalegre, Évora e Beja até ao fim deste ano e que vão trazer ao Alentejo actividades como o teatro, a dança, a música, as artes plásticas, a gastronomia e a moda.
É o terceiro ano que o Programa Nacional para a Saúde Mental da Direcção-Geral da Saúde realiza iniciativas estruturadas deste género, em parceria com as Autarquias, os Departamentos de Saúde Mental, a Direcção Regional de Cultura e as IPSS locais que investem nesta problemática.
Depois do Porto, em 2013, e de Coimbra, em 2014, pretende-se este ano divulgar as iniciativas de maior expressão nas capitais de distrito do Alentejo, mostrando a grande qualidade artística destas pessoas.
“A exposição é composta por cerca de 130 peças, elaboradas em volume com diferentes materiais e conceitos, que variam entre a escultura e a cerâmica, estando organizadas em percurso cromático e material condutor a uma instalação final, pretendendo, com esta, questionar o visitante e motivá-lo para outra leitura das peças expostas no percurso de retorno”, refere Luís Leite Rio, curador desta 3ª Exposição Nacional de Artes Plásticas e Saúde Mental.
“O nome que dá título à exposição, andar ou estar 'no fio da navalha', é uma designação popular para um estado de perigo iminente, uma situação de equilíbrio instável. Uma linha imperfectível que separa o tudo do nada, o cume do precipício, a saúde da doença, a arte do lixo”, diz Luís Leite Rio.
“Espero que o público se sinta incomodado na sua situação de espectador e pretenso dono de sanidade mental. Espero que sinta que também está sobre o fio da navalha”, conclui o curador da exposição, que vai estar aberta ao público, em horário normal, até ao dia 27 de Maio.
A inauguração vai contar também com a participação musical do Grupo Coral dos Sem Abrigo da Casa da Música do Porto “Som da Rua” e será antecedida de um colóquio sobre “Saúde Mental: Cuidados a Grupos Vulneráveis”, que juntará diversos técnicos e especialistas nesta área, no Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino.