Suponhamos que existe um terreno de 5mx8m =40 m2 disponível para cultivo de hortaliças variadas. Podemos organizar o cultivo das diversas espécies de plantas de uma forma ou de outra, seguindo este ou aquele critério, mas não podemos fugir à área disponível que, naturalmente, condiciona o número de plantas a colocar e a produção possível de obter.
Ou podemos?… Suponhamos que dividimos a área em talhões quadrados de 1m2. Suponhamos que sobre alguns destes talhões construímos canteiros elevados de 1m de altura de forma cúbica. Estes podem ser construídos de modo a utilizarmos os lados dos cubos/canteiros e naturalmente também a face no topo.
 
Podemos, por exemplo, construir de modo indicado na figura, obtendo assim 10 cubos/canteiros. Assim, a área utilizável passa a ser: 40 m2 já disponíveis, contando com as faces de topo, mais os lados dos cubos adicionais, num total de 4×10 =40 lados adicionais, o que nos dá 40 m2 adicionais de cultivo. Neste caso, duplicamos a área de cultivo disponível.
Se os canteiros elevados não forem cúbicos mas paralelipípedos, com base quadrada e altura 2m, com a mesma configuração base da figura, teremos disponíveis, além dos 40 m2 adicionais, 2x40m2 = 80 m2 num total de 120 m2.
Além da área adicional existem outras potenciais vantagens. Supondo que o solo tem 20 cm de fundo (fértil e friável pela raiz), nos canteiros teremos 1.2m de fundo disponível para as raízes das plantas se desenvolverem.
Naturalmente, outras questões se levantam, como a exposição solar, a manutenção da humidade, etc. Mas tendo em conta a intensidade solar da região do Alentejo, escolhendo criteriosamente a direção e a composição dos canteiros elevados, também neste aspeto teremos vantagens em ter ensombramento parcial em certas faces e noutras exposição direta ao sol a sul. Será apenas necessário desenhar a disposição das espécies com maior atenção.

 

Carlos Ramos
Departamento de Matemática, Universidade de Évora

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