A seca colocou a descoberto a grave situação os problemas ambientais no Tejo, segundo a AZU – Associação Ambiente em Zonas Uraniferas. A Associação ambientalista defende a revisão da Convenção de Albufeira que rege as águas dos rios entre Portugal e Espanha, lembrando que o documento não é reapreciado há quase 20 anos, desde 1998.

“A AZU, Associação Ambiente em Zonas Uraniferas, desde há muito que tem vindo a acompanhar a situação do rio Tejo, a Associação integra o movimento proTejo e preocupa-nos também mais um possível atentado ao grande rio, a possível exploração de urânio em Nisa. É urgente rever a Convenção de Albufeira, aumentar o caudal anual manifestamente insuficiente, estabelecendo periocidade dos caudais semanais e trimestrais próxima do valor estabelecido anualmente. Assim só libera mais água fora das estações das chuvas. Definir um caudal ecológico. Imediato controlo da água à entrada de Portugal, a seguir à Barragem de Cedilho. Coimas mais pesadas e sanções ambientais para os incumpridores da Convenção de Albufeira segundo o princípio da prevenção e do poluidor pagador, assim como responsabilização aos dirigentes das autarquias que licenciam e vigiam os licenciamentos das actividades relacionadas com o Tejo”, pode ler-se num comunicado desta associação.

Para a AZU, o “Tejo está a morrer” e os pescadores do Arneiro, concelho de Nisa, estão revoltados. O seu ganha-pão está na apanha do lagostim, mas até estes estarão a morrer.

Recorde-se que também a Quercus alertou recentemente para a poluição no Tejo.

A AZU recorda: “A Celtejo-Celuloses do Tejo teve alvará concedido por Salazar em 1966, no inicio só trabalhavam com pinheiro, mal menor. Só mais tarde foi adaptada ao eucalipto com o apoio do leader/consultor mundial de celuloses Jaakko Pöyry. A partir daí “envenenou-se” o rio e toda a área circundante no alto Tejo com eucaliptos, lembram-se dos fogos de 2003? Com este governo piora-se a situação, é aprovada legislação que promove a sua plantação. Há até quem diga, que nos começaremos a chamar Eucaliptal.                Logo no início as águas são desviadas para o rio Segura para regar a agricultura intensiva no sul de Espanha. Ao entrar em Toledo, os caudais do rio Jarama, que recolhe todos os esgotos da capital e dos seus dormitórios suburbanos, representando até “80% do volume total do rio Tejo. Muitos outros problemas existem, como a poluição invisível resultante da laboração da reaproveitada Central Nuclear de Almaraz a pouco mais de 100km da fronteira. E nós aqui permanecemos impávidos e serenos”.

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