A Câmara de Évora decretou ontem três dias de luto municipal pela morte do escultor João Cutileiro, a serem cumpridos na hoje, quinta e sexta-feira.
“O nome de João Cutileiro ficará para sempre associado a Évora, cidade que elegeu como sua e onde deixa marcas profundas. O seu falecimento representa uma enorme perda para o mundo das artes, para o país e para a cidade de Évora”, indica a autarquia numa nota.
“Neste sentido, deliberou a Câmara Municipal de Évora decretar Luto Municipal pelo período de três dias (06, 07 e 08 de Janeiro)”, acrescentou.
João Cutileiro (1937-2021), que estava internado num hospital de Lisboa com graves problemas respiratórios, morreu hoje, aos 83 anos, revelou à Lusa a diretora regional de Cultura do Alentejo.
Ana Paula Amendoeira fez ainda saber que o velório do escultor vai decorrer na quarta-feira à tarde na Igreja do Salvador, em Évora.
Nascido em Lisboa, João Cutileiro mudou-se em 1985 para Évora, onde se fixou e onde deixou exposta, na sua própria casa, boa parte de uma obra multifacetada, em que também trabalhou materiais como o cimento fundido, o bronze, o ferro soldado, o gesso, além do mármore, muitas vezes corroído com ácido.
Nesta cidade alentejana, em 1981, já tinha promovido, com o Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, o I Simpósio Internacional de Escultura em Pedra, reunindo um grupo de escultores.
O escultor frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (“Tentativas Plásticas”) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu os doutoramentos Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, em 2013 e 2017, respetivamente.
Em 2018, quando João Cutileiro recebeu a Medalha de Mérito Cultural, numa cerimónia no Museu de Évora, foi formalizado o anterior compromisso de doação do espólio do escultor ao Estado português, em 2016, e assinado um protocolo que envolveu o Ministério da Cultura, o município e a Universidade de Évora.
O escultor é autor do Monumento ao 25 de Abril, instalado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, entre outras obras.

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