O Sindicato dos Professores da Zona Sul criticou hoje o fecho de janelas numa escola em Portalegre, pela alegada violação de normas relativas à covid-19, mas o diretor desdramatiza porque recebeu “parecer favorável” para o efeito.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora distrital de Portalegre do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), Ana Luísa Cayola, explicou que tem recebido “queixas” de professores que contestam o fecho de janelas no decorrer das aulas, na Escola Secundária Mousinho da Silveira.
“Os professores estão a queixar-se porque lhes ordenaram que fechassem as janelas, porque as salas vão ser aquecidas durante a noite, e só podem manter as portas das salas abertas”, disse.
“Os professores já estavam preocupados com as questões de haver muito pouco espaço para as normas de distanciamento que a Direção-Geral de Saúde (DGS) publicou e aqui temos salas que têm 28, 30, 31 alunos, em turmas com carteiras duplas, em mesas duplas, que têm três dedos de separação com os colegas do lado” acrescentou.
Para a sindicalista, são “normas” que na sua origem têm a ver com o facto de o Ministério da Educação “não ter feito nada” para reduzir o número de alunos por turma.
Contactado pela Lusa, o diretor do Agrupamento de Escolas do Bonfim, que tutela a Escola Secundária Mouzinho da Silveira, António Sequeira, desdramatizou a situação alegando ter recebido pareceres positivos de várias entidades para o efeito.
“Com base no parecer da Parque Escolar de que não podemos ter o nosso sistema de aquecimento durante o tempo de aulas, eu consultei a senhora delegada de saúde e pedi o parecer dela sobre a possibilidade de arranjarmos uma alternativa”, começou por explicar.
De acordo com António Sequeira, a decisão foi tomada com base na tomada de posição das duas entidades que referiam que “não havia problema nenhum” em ligar o aquecimento durante a noite [entre as 00:00 e as 08:00], para minimizar o frio nas salas de aulas.
O diretor do Agrupamento de Escolas do Bonfim rejeita ainda ter “ordenado” para que esta medida seja cumprida na integra pelos professores.
“Isto foi uma indicação que nós demos [aos professores] não foi uma imposição, eu apenas dei essa informação. Os professores farão aquilo que acham que devem fazer com os seus alunos de forma a criar as condições que acharem que são de maior segurança”, disse.
Ana Luísa Cayola criticou ainda as orientações que foram dadas pelas autoridades de saúde e pelas direções das escolas no âmbito da pandemia, considerando que “acabam por ser contraditórias”, gerando uma “grande confusão” junto de professores e alunos.
“Não estamos a ver clarificação nenhuma em relação às questões do distanciamento, das normas de higiene sanitárias nas escolas, cada um faz como lhe parece melhor”, lamentou.

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