A Câmara de Marvão lamentou hoje que o Governo “não tenha mostrado abertura para dialogar”, mantendo encerrada a fronteira de Galegos – Porto Roque aos fins de semana, devido à pandemia da covid-19.
Numa nota publicada na página do município na rede social Facebook, a autarquia lamentou ainda que a fronteira esteja também encerrada das 20:00 às 06:00 nos dias úteis, de segunda a sexta-feira.
“O município lamenta que a tutela não tenha mostrado abertura para dialogar, não tenha considerado as preocupações manifestadas pelos territórios raianos de Marvão e Valencia de Alcántara [Espanha], nem revertido uma medida que vai continuar a prejudicar, substancialmente, as suas populações”, pode-se ler na publicação.
Para a Câmara de Marvão, trata-se de uma decisão com a qual a autarquia “não pode concordar”, porque “afeta consideravelmente” a economia, bem como as empresas que trabalham nos dois lados da fronteira e a cooperação transfronteiriça.
“Face ao exposto, o Município de Marvão vai continuar a defender a abertura da fronteira de Galegos – Porto Roque, 24 horas por dia”, acrescentou.
Quando entrou em vigor a reposição temporária do controlo de pessoas nas fronteiras com o país vizinho, a 31 de janeiro, Marvão era, na altura, um dos oito Pontos de Passagem Autorizados (PPA) a funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, segundo divulgou então o Ministério da Administração Interna (MAI).
Já num comunicado posterior do MAI, a 12 de fevereiro, foi indicado que o PPA de Marvão passaria a funcionar, a partir de 15, apenas nos dias úteis e no horário das 06:00 às 20:00.
Esta é a situação que se vai manter, segundo o comunicado de hoje do MAI, referente ao período que arranca às 00:00 de 02 de março, prolongando-se até dia 16 do próximo mês.
Aquando da alteração de horário na fronteira de Marvão, o MAI realçou que, entre 31 de janeiro e 13 de fevereiro, este foi o PPA que registou o menor número de cidadãos controlados a nível nacional, ao ficar nos 1.709.
Nessa altura, a Câmara de Marvão também contestou a alteração decidida pelo Governo na fronteira com Valencia de Alcântara.
HYT // RRL
Lusa