A União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA) revelou, esta semana, que as trabalhadoras da Comissão de Melhoramentos de Sousel participaram, dia 1 de Março, em dois plenários depois de confrontadas com a obrigatoriedade de recorrer ao controlo automático de assiduidade de hora a hora.
“Estas iniciativas realizaram-se à porta das duas valências da instituição, em Santo Amaro e Cano, onde as trabalhadoras contaram com o apoio de vários activistas sindicais”, começa por sublinhar a USNA.
“[As trabalhadoras] aprovaram uma resolução em que decidem não cumprir a obrigatoriedade de picar o ponto hora a hora, continuar a lutar pelo pagamento do subsídio de turno (obrigação a que a instituição já foi notificada pela ACT para cumprir), exigir a actualização salarial a que têm direito já publicada em BTE e resistir com a sua unidade e força às pressões, ameaças e abusos de poder por parte da direcção da Comissão de Melhoramentos de Sousel”, pode ler-se no comunicado enviado à redacção do jornal.
Há dois meses, realça a União dos Sindicatos, que “as trabalhadoras da Comissão de Melhoramentos de Sousel foram confrontadas com a obrigatoriedade de recorrer ao controlo automático de assiduidade, ou seja, ‘picar o ponto’, de hora a hora. Isto significa que, independentemente dos cuidados que estejam a prestar aos idosos, as trabalhadoras têm de interromper a tarefa e deslocar-se ao aparelho de controlo biométrico de assiduidade. Numa das valências, as trabalhadoras, cujo uso do elevador está proibido com o objectivo de poupar no consumo de energia, têm de subir e descer as escadas, acção que chegaram a fazer 16 vezes num dia”, frisa o documento.
Esta obrigatoriedade, no entender da USNA, consiste em “mais um abuso de poder por parte desta IPSS. Nos últimos anos, a falta de respeito pelas trabalhadoras da Comissão de Melhoramentos de Sousel tem-se agravado, o que levou já a que trabalhadoras com anos de antiguidade rescindissem o seu contrato de trabalho”.
“Muitas outras trabalhadoras resistem e lutam pelos seus postos de trabalho. É o que têm feito, organizadas no seu sindicato de classe, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Estado”, conclui.