O setor do alojamento turístico registou uma queda de 73,7% nos proveitos, para 1,1 mil milhões de euros, entre março de 2020 e fevereiro deste ano, face aos 12 meses anteriores, segundo o INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje dados sobre o efeito de um ano de pandemia da covid-19 nas unidades de alojamento turístico portuguesas apontando uma descida de 71,7% nas dormidas.
“Durante o primeiro ano de pandemia, os proveitos atingiram 1,1 mil milhões de euros no total (-73,7%) e 863,3 milhões de euros relativamente a aposento (-73,5%), o que representou reduções de 3,2 mil milhões de euros e 2,4 mil milhões de euros face ao acumulado dos 12 meses anteriores, respetivamente”, especifica o INE.
Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, o instituto refere que “o alojamento turístico registou 8,0 milhões de hóspedes e 20,0 milhões de dormidas, refletindo diminuições de 70,9% e 71,7%, respetivamente, face ao acumulado dos 12 meses anteriores”.
Naquele período, as dormidas de residentes decresceram 44,1% e as de não residentes diminuíram 83,7%.
Realçando as “consequências profundamente negativas” da pandemia covid-19 na atividade turística em Portugal, o INE refere que, naquele período, os menores decréscimos se verificaram nos meses de agosto e setembro de 2020 (-47,1% nos hóspedes e -53,4% nas dormidas), enquanto nos restantes meses as quebras foram superiores a 55%, com destaque para abril (-97,4%) e maio (-95,8%) do ano passado e fevereiro (-87,7%) deste ano.
Nos meses de julho a setembro de 2020 concentraram-se 56,4% do total de dormidas registadas no período de pandemia em análise, “o que contrasta com o peso que o conjunto destes meses apresentou no período anterior (36%)”, segundo o INE.
Naqueles 12 meses, as dormidas na hotelaria representaram 77,4% do total (82,7% nos 12 meses anteriores) e diminuíram 73,5%.
As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local foram 16,8% do total (14,5% no período anterior)) e caíram 67,3%, enquanto as do turismo no espaço rural e de habitação recuaram 41,9%, com uma quota de 5,8% no total (2,8%).
No primeiro ano de pandemia, refere o INE, as dormidas de residentes representaram 59,9% do total quando nos 12 meses anteriores não ultrapassavam 30,3%.
A totalidade dos 17 principais mercados emissores apresentou “decréscimos acentuados”, superiores a 75% e o instituto aponta as maiores reduções como estando no mercado chinês (-95,8%), dos EUA (-95%), irlandês (-93,4%), russo (-91,1%), canadiano (-90,5%) e dinamarquês (-90,1%).
O mercado espanhol (-75,2%) foi o principal mercado emissor, com 16,6% do total de dormidas, os hóspedes alemães ficaram com 16,6% das dormidas de não residentes, mas apresentaram uma queda de 77,5% e continuaram como segundo principal mercado emissor.
O mercado britânico deixou de ser o principal mercado emissor e ficou uma quota de 15,7% e uma queda de 86,5%.
Naqueles 12 meses, todas as regiões tiveram “decréscimos expressivos” nas dormidas, com o Alentejo a registar uma queda de 45,6%, enquanto as restantes tiveram quedas superiores a 60%, e o INE aponta a Área Metropolitana de Lisboa com um decréscimo de 81,7%.
O Algarve concentrou 33,4% das dormidas (29,7% no período anterior), o Norte 17,2% (15,5% nos 12 meses anteriores) e na Área metropolitana de Lisboa 17,1% (26,5% no período anterior).
Entre os decréscimos de dormidas de residentes, as maiores reduções foram nos Açores (-62,8%) e na Área Metropolitana de Lisboa (-60,2%).
Nas dormidas de não residentes, o Alentejo teve uma queda de 72,6% e as restantes regiões de mais de 80%.
Na análise por municípios mais representativos, Lisboa apresentou a maior redução no número de dormidas nestes 12 meses, com -86%, Albufeira teve o maior número de dormidas, com 11,6% do total, mas ainda assim com uma queda de 72,9%, Funchal teve uma descida de 81,9% e o Porto de 83,4%.
O INE refere as quedas de dormidas nos municípios de Ourém (-85%) e Ponta Delgada (-83,3%) e a menor diminuição que se registou em Grândola (-39,6%).
A queda menos acentuada nos proveitos totais registou-se no Alentejo (-43,2%) e as mais acentuadas na Área Metropolitana de Lisboa (-85,9%), Açores (-79,3%) e Madeira (-79,1%).
O Algarve foi a região que mais contribuiu para os proveitos, com 36,5% do total, a Área Metropolitana de Lisboa com 17,2% e o Norte com 15,8%.
Na hotelaria, que representa 83,3% do alojamento turístico, a quebra foi de 75,2%, no alojamento local foi de 69,4% e no espaço rural e de habitação de 39,7%.
Naqueles 12 meses, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 19,6 euros, menos 60,3%, e o rendimento por quarto ocupado de 80,4 euros, o que representa uma descida de 9,7%.

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