A concessionária de autoestradas nacional inaugurou na quarta-feira os primeiros postos de carregamento ultrarrápidos. O objetivo será instalar 82 postos por todo o país, no que será um passo para cumprir com a promessa de ser uma empresa neutra em carbono em 2045.
A rede Brisa arrancou nesta quarta-feira com o projeto Via Verde Eletric, cujo objetivo é fornecer mais postos de carregamento para carros elétricos de norte a sul do país. A concessionária de autoestradas pretende instalar 82 postos de carregamento ultrarrápido em 21 áreas de serviço. Neste momento, este serviço está disponível em 31 municípios.
A inauguração dos primeiros postos de carregamento aconteceu no dia 21 de abril na área de serviço de Almodôvar da A2 e contou com a presença de António Pires de Lima, presidente executivo da Brisa, que mencionou que “a descarbonização da economia é uma prioridade estratégica das empresas”.
Os primeiros quatro postos têm uma potência de 350 kilowatts (kW), distribuídos pelas duas áreas de serviço de Almodôvar da A2 (tanto no sentido Norte-Sul como no sentido contrário), resultam de uma parceria entre a Brisa, a IONITY e a Cepsa e já é possível serem utilizados pelos condutores deste tipo de veículo.
Para o responsável, “a criação da rede Via Verde Electric é um contributo significativo da Brisa para a transformação da mobilidade e para um transporte rodoviário sem carbono que todos desejamos. A parceria com a IONITY, e com a Cepsa, na rede Via Verde Electric, é uma demonstração de como as soluções colaborativas podem acelerar esta mudança”, disse.
Os próximos postos de carregamento serão instalados nas áreas de serviço de Barcelos, na A3, de Estremoz, na A6, ambos em maio, seguindo-se a instalação em Leiria, na A1, em julho. Segundo a empresa Brisa, quem tiver um carro elétrico conseguirá atravessar Portugal de norte a sul sem emissões de carbono até ao verão de 2021.
Para quem deseja atravessar a fronteira entre Portugal e Espanha num veículo elétrico, isso será facilitado com a aliança entre a IONIQ e a Cepsa. Essa parceria vai permitir cobrir as principais estradas urbanas portuguesas e espanholas. Além disso, estarão ao dispor postos de carregamento ultrarrápidos nas ligações rodoviárias ao continente europeu, ficando localizados em pontos estratégicos nos principais corredores peninsulares.
Para além de tornar uma viagem de longas distâncias de carro elétrico possível, a Brisa pretende seguir com um plano estratégico para que seja neutra em carbono em 2045. Ou seja, cinco anos antes do prazo dado pela Europa.
Na apresentação do projeto Via Verde Eletric, Pires de Lima realçou que existe um crescimento da comercialização de carros elétricos, declarando que este tipo de automóvel possa chegar a representar 20% das vendas este ano. Neste momento, já existem soluções de financiamento específicas para carros elétricos com taxas de juro mais reduzidas, resultando num crédito automóvel mais barato para quem opta por estes veículos.
A cerimónia de inauguração da iniciativa contou também com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, do CEO da Brisa Concessão Rodoviária, Manuel Melo Ramos, do country manager para Portugal e Espanha da IONITY, Allard Sellmeijer, e do CEO da Cepsa Portugal, José Aramburu.
Como funcionam os apoios do Estado para a compra de carros elétricos?
Atualmente, existem incentivos do Estado para a aquisição de automóveis elétricos. Isto é, ajudas monetárias que são dirigidas para reduzir os custos deste tipo de veículos. Para 2021, o programa de incentivo do Fundo Ambiental tem 4 milhões de euros para ajudar na compra de transportes sem emissões, sendo que três milhões de euros estão destinados para a compra de carros elétricos e um milhão de euros para a ajuda na aquisição de bicicletas, motociclos e ciclomotores sem emissões de carbono.
Para ser possível conseguir este incentivo, há que ter em atenção que:
- Uma pessoa apenas pode beneficiar deste incentivo numa aquisição única;
- Terá de manter o veículo por período mínimo de 24 meses;
- Não pode exportar estes veículos.
Para este ano, as empresas mantêm todos os benefícios fiscais, mas perdem o incentivo de 2 mil euros. Já os particulares e as pessoas singulares com atividade empresarial mantêm o valor máximo de 3 mil euros de incentivos, disponíveis para 700 candidatos. As inscrições para este incentivo encerram a 30 de novembro e devem ser feitas através do site oficial do Fundo Ambiental.
Além disso, existem apoios fiscais que vale a pena conhecer. É que essas ajudas do Estado têm um peso significativo no orçamento dos que decidem avançar com esta compra.
Para particulares, os automóveis completamente elétricos têm isenção do Imposto Sobre Veículos (ISV) e Imposto Único de Circulação (IUC). Caso seja um carro plug-in, existirá uma redução de 75% do valor do ISV. Para os híbridos normais, ocorre uma diminuição de 40%.
Já as empresas têm a vantagem de estarem isentas de tributação autónoma em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) e o Importo sobre o Valor Acrescentado (IVA) é dedutível.
Existem ainda benefícios quanto a condições para estacionar, já que várias autarquias oferecem lugares de estacionamento de forma totalmente gratuita ou com descontos.