Cerca de 20 trabalhadores da empresa de valorização de resíduos Valnor aprovaram hoje, por unanimidade, uma resolução reivindicando o aumento de salários e melhores condições no trabalho, junto do grupo EGF/Mota-Engil.
A resolução foi aprovada no decorrer de uma tribuna pública promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e pela Fiequimetal em Portalegre, iniciativa inserida no “Circuito Nacional de Denúncia”, que está a decorrer por todo o país, nos locais de trabalho das várias empresas da EGF/Mota-Engil e nas localidades onde estas se situam.
Após a realização da tribuna pública, os trabalhadores desfilaram até junto das instalações da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) e da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), para entregar a resolução, denominada por “Pelo direito à negociação coletiva: Salários dignos, respeito pelas categorias, subsídios de risco”.
“Os trabalhadores da Valnor, à semelhança de todos os outros que asseguram a recolha dos mais de 35 mil ecopontos em todo o país, estão a ser castigados com salários de miséria”, denunciou no decorrer da tribuna pública a coordenadora da União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA), Helena Neves.
De acordo com a sindicalista, os salários dos trabalhadores estão “congelados há mais de uma década”, lamentando ainda que “não há negociação” com o grupo EGF/Mota-Engil.
“Os salários têm de ser negociados com os sindicatos, em sede de negociação coletiva, e a EGF/Mota-Engil, sucessivamente, se recusa a sentar-se à mesa com o STAL, com a Fiequimetal, precisamente as estruturas sindicais que acompanham estes locais de trabalho”, denunciou.
Na resolução aprovada por unanimidade, além do aumento dos salários e de outras prestações pecuniárias, os trabalhadores reivindicam a atribuição de um subsídio de risco extraordinário e a regulamentação de um suplemento no quadro da pandemia da covid-19, bem como o fim da precariedade.
A celebração de um acordo coletivo de trabalho e a intervenção “urgente” da ACT perante os “ataques” contra os direitos laborais e sindicais são outras das reivindicações manifestadas no documento.
Os trabalhadores apelam ainda aos municípios acionistas, clientes e pagadores de serviços para que “atuem” no sentido de “garantir a defesa” das populações, de serviços públicos de qualidade e do trabalho com direitos.
Na resolução, os trabalhadores “afirmam a exigência de reverter” a privatização da EGF, para “garantir” uma política de resíduos “norteada pelos interesses das populações” e por “razões” ambientais, “não por lógicas de lucro”.
A empresa Valnor é responsável pelo tratamento de lixo de 25 municípios de Castelo Branco, Portalegre e Santarém.
O grupo EGF/Mota-Engil é responsável pelo tratamento e valorização de resíduos e integra várias empresas no país: Valorminho, Resulima, Resinorte, Suldouro, Resiestrela, Valnor, Ersuc, Valorlis, Valorsul, Amarsul e a Algar.

HYT // CSJ
Lusa

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