A Câmara Municipal de Évora vai assumir as obras de requalificação dos acessos aos bairros afectados pelas obras do eixo ferroviário Sines-Caia, revelou hoje à agência Lusa o presidente da autarquia, Carlos Pinto de Sá.
A questão dos acessos aos bairros afetados pela obra “tem estado a ser discutida com a Infraestruturas de Portugal (IP)”, que já “apresentou duas propostas para acesso ao bairro da Garraia” e assumiu “um compromisso de garantir os restantes acessos”, explicou o autarca do PCP.
“Há o compromisso da parte da IP de que fará o protocolo com o município no sentido de podermos fazer a intervenção nas estradas afetadas. Ainda não temos propostas, mas há o compromisso do protocolo para sermos nós a fazer a obra”, adiantou Carlos Pinto de Sá, referindo-se aos acessos aos bairros da Caeira, de Santa Luzia e Quinta do Esquinaleiro.
Quanto ao bairro da Garraia, já foram apresentadas “duas soluções” que estão, agora, a ser discutidas pela autarquia, sendo que “a associação de moradores já se pronunciou favoravelmente à opção do viaduto”, em oposição a uma “solução de duas rotundas”.
Relativamente aos restantes bairros afetados, o autarca acredita que terá propostas da IP “nos próximos um a dois meses”, embora reconheça que não existe “um compromisso formal relativamente a prazos”.
Numa carta aberta enviada na semana passada ao presidente da Câmara, bem como aos deputados da Assembleia Municipal e aos ministros das Infraestruturas e da Habitação, os moradores dos bairros da envolvente de Évora dizem estar “isolados da cidade por uma barreira gigante”.
A “única via de circulação” alternativa para o acesso ao bairro da Caeira, dizem, “foi pavimentada à pressa” e, após “cerca de um mês, começou a abrir buracos, encontrando-se em breve intransitável”.
Os signatários da carta dizem ainda que “foi negligenciado o escoamento das águas pluviais”, que a via “não permite o cruzamento de dois carros” em alguns pontos e que “as viaturas pesadas não acedem ao bairro da Caeira, comprometendo a segurança destes moradores em caso de catástrofe”.
“Um carro de bombeiros não consegue virar na Quinta do Esquinaleiro, quando entra no bairro da Caeira. Não houve respeito pelos moradores e nem sequer cumpriram com os dinheiros europeus, que foram atribuídos para esta obra”, denunciou à agência Lusa a primeira signatária da carta aberta, Maria Antónia Pereira.
Carlos Pinto de Sá reconheceu, por outro lado, que não foram seguidas pela IP “um conjunto de medidas minimizadoras” propostas “num estudo de impacto ambiental” anterior à realização da obra e que, “se essas medidas tivessem sido seguidas, o impacto seria menor”.
“A nossa avaliação é que poderiam ter acompanhado e minimizado todas as situações. Claro que a IP diz que foi cumprindo, mas um conjunto de carros com tonelagem significativa a passarem em determinadas zonas desgastaram muito aquelas áreas e era necessário haver uma reposição intercalar das vias, que nem sempre foi acautelada”, admitiu o autarca.
 
SYL // MCL
Lusa

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