Cláudia Maia, diretora e editora da DECO Proteste, é a nova presidente da APImprensa, sucedendo a João Palmeiro no cargo.

A assembleia geral da Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa), realizada quinta feira, dia 20, na Casa da Imprensa, em Lisboa, deu formalmente posse a novos órgãos sociais.

No programa de candidatura da lista encabeçada pela DECO Proteste pode ler-se que “a imprensa e as empresas do setor enfrentam vários desafios no mundo contemporâneo que são, ao mesmo tempo, oportunidades para reforçar o seu papel enquanto garante de uma sociedade informada e democrática.”

A agora presidente da APImprensa salienta que “a diminuição de receitas publicitárias, o aumento do custo das matérias-primas, as falhas reiteradas na distribuição de jornais e revistas – aliadas a uma lenta e difícil transição para o digital –, e a rápida disseminação de desinformação nas redes sociais têm colocado em risco a sustentabilidade económica dos meios de comunicação social, mas também a credibilidade dos profissionais que nele operam”.

A responsável acrescenta que “é preocupante ver que mais de metade dos concelhos em Portugal é ou está na iminência de se tornar num deserto de notícias, ou seja, não ter quaisquer jornais ou rádios aí sedeados”, lamentando que “este deserto ocorre em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos e com menor atividade económica e tenderá a agravar-se se nada for feito”.

Por outro lado, “a mudança de hábitos no consumo de informação e a emergência de novas tecnologias obrigam-nos a pensar em novas formas de fazer chegar a informação aos públicos mais jovens, que são o garante da democracia e da sustentabilidade do setor.”

Nesse sentido, a direção agora empossada salienta a necessidade de, entre outras medidas, “criar um plano de ação para a transição digital, que passará necessariamente pela definição de estratégias de produção, distribuição e monetização do conteúdo digital dos meios de comunicação social nacionais. Olhando apenas para o universo das publicações das empresas associadas da APImprensa, mais de um terço não tem qualquer suporte digital. Temos um longo caminho pela frente”, defende a presidente da associação.

Outra das prioridades da nova direção passa por “reforçar a representação dos associados junto de parceiros estratégicos nacionais e internacionais, que facilitem a criação de redes colaborativas para partilha de conhecimento, formação, discussão e aplicação de estratégias para o desenvolvimento e para a expansão do setor”.

A divulgação, aconselhamento e suporte aos associados na apresentação de candidaturas a apoios públicos e privados à inovação, as parcerias com empresas tecnológicas, com vista a promover a partilha de ferramentas para produção de conteúdos jornalísticos em ambiente digital, e o desenvolvimento de grupos de discussão sobre tendências e temas com forte impacto na comunicação social nos próximos anos, como inteligência artificial e sustentabilidade, são outras das iniciativas destacadas no programa de candidatura da lista vencedora.

Vice-presidente da APImprensa desde 2019 e representante da DECO Proteste na associação desde 2016, Cláudia Maia tem formação como jornalista e está ligada à defesa do consumidor há 25 anos. Considera que “representar o setor da imprensa e os associados da APImprensa é um desafio acrescido, mas também o prolongamento natural” do seu trabalho: todos somos consumidores e consumidores de informação. Defender e apoiar as empresas de comunicação social portuguesas é sinónimo de melhorar a qualidade da informação que chega aos leitores e, como tal, de defender os cidadãos e a democracia”.

A direção, agora eleita, deixa ainda uma nota de agradecimento e enaltece o trabalho realizado pela anterior direção e, em particular, por João Palmeiro, presidente da APImprensa e representante do grupo Impresa Publishing ao longo de mais de duas décadas. “Os nomes Impresa e João Palmeiro ficarão para sempre associados à imprensa em Portugal. O seu papel foi essencial e decisivo na afirmação desta associação como órgão fundamental na defesa do setor, estatuto hoje devidamente consolidado, graças aos esforços dos últimos vinte anos”, salienta Cláudia Maia.

Sobre a Associação Portuguesa de Imprensa

A Associação Portuguesa de Imprensa foi fundada em 1960 como Grémio Nacional de Imprensa Regional, tendo sido transformada, em 1975, em Associação de Imprensa
Não-Diária. Em setembro de 2004, adotou a atual designação. A APImprensa é a maior e mais representativa associação patronal de imprensa em Portugal. Com mais de 200 empresas associadas, representa cerca de 450 títulos de âmbito nacional, regional, local, técnico-profissional e especializado.

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