O “maior projeto” de literacia digital desenvolvido no Alentejo, envolvendo cerca de cinco mil alunos do ensino secundário e profissional e 271 professores, terminou ontem, divulgaram os promotores da iniciativa.
Promovido pela Fundação da Juventude, o programa O Teu Futuro, que foi desenvolvido durante o último ano e meio em 31 agrupamentos escolares do Alentejo, tinha como objetivo dotar alunos dos 1.º ao 12.º anos e os professores com competências na área do código informático, programação e pensamento computacional.
A Fundação da Juventude refere em comunicado que o programa foi financiado por uma candidatura ao Portugal Inovação Social, no âmbito das parcerias para o impacto. Estas prevêem um investidor social, “que a Fundação da Juventude encontrou na Delta Cafés”
De acordo com os promotores, ao longo do projeto as turmas do ensino básico receberam o jogo ´Coding Lab`, desenvolvido em conjunto pela Fundação da Juventude e pela Science4You, que permitiu explorar os tópicos do programa de forma lúdica e pedagógica.
“Os restantes alunos usaram um ´Micro:bit`, uma placa de microcontrolador que funciona quase como um microcomputador, bastando apenas um navegador de Internet de qualquer sistema operativo (mesmo de dispositivos móveis) para aceder a todas as suas funcionalidades e usar programação e código”, explicam no comunicado.
A Fundação da Juventude adianta que contratou professores e um psicólogo, que percorreram as escolas e realizaram 271 ações de formação, 84 de “Introdução à Ciência da Computação” com o jogo ´CodingLab` e 187 com a ferramenta ´Micro:bit`.
“Para a sustentabilidade e replicabilidade (da formação) poderem funcionar plenamente, a Fundação da Juventude deixou nestas escolas cerca de 500 ´Micro:bit` e 250 jogos”, acrescentam.
O programa contou também com a realização de um inquérito de avaliação de impacto, através da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, tendo-se verificado que os beneficiários “aumentaram o seu nível de literacia digital em 78%” na área do processamento de informação e em 55% no que diz respeito à criação de conteúdos.
Os resultados do inquérito revelaram, no entanto, que a evolução ao nível da segurança e privacidade foi “pouco significativa, cerca de 11%”.
O inquérito concluiu ainda que os beneficiários aumentaram o seu nível de literacia digital em “14%”, no que diz respeito à utilização de dispositivos digitais, nomeadamente plataformas como o Zoom, Microsoft Teams, Google Meet, entre outras.
“Era esperado que pelo menos 15% dos alunos aumentassem o nível de competências digitais, de acordo com a Iniciativa Nacional em Competências Digitais INCoDe.2030, sendo que compreendemos que esse valor também foi ultrapassado”, sublinham.
Os promotores do projeto lançaram ainda um questionário de satisfação, a uma amostra de alunos, em que “98%” afirmaram que gostariam de ter “mais sessões/aulas” deste tipo e, numa escala de “não gostei/gostei pouco/ gostei/gostei muito” a participação no programa foi avaliada maioritariamente com “gostei muito” (78%).

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