Cerca de 20% da população portuguesa vive em situação de pobreza e sem o apoio do Estado esses números poderiam chegar “perto dos 40%”, alertou o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

“Infelizmente, a pobreza não tem sido combatida como era importante combater, nós bem gostaríamos de descer os números, continuam sempre a rondar os 20% e se não fossem as transferências sociais ainda seriam muito mais, nós teríamos perto de 40% das pessoas a viver na pobreza”, lamentou o padre Lino Maia.

O responsável falava aos jornalistas em Portalegre, no sábado, dia 14 de Outubro, à margem da 16.ª Festa da Solidariedade, organizada pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

“E depois há outro problema que é grave. Há muita gente que trabalha e mesmo trabalhando vive na pobreza, os rendimentos que têm, apesar da aposta que tem havido no aumento dos salários, mas salários mínimos, as pessoas não têm rendimentos para enfrentar os desafios, as necessidades”, acrescentou.

De acordo com o padre Lino Maia, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) “confrontam-se com todos estes problemas e mais alguns”.

“Em princípio, e deve ser mesmo assim, devem privilegiar os mais carenciados, mas as receitas que têm não são suficientes”, disse.

O presidente do CNIS referiu que o Estado “vai transferindo meios” para estas instituições, mas os mesmos são “insuficientes” para fazer face aos problemas diários.

“Há muitas instituições que se confrontam, de facto, com muitas dificuldades”, alertou.

“Para mim, o grande problema, o grande medo, é que elas [algumas IPSS] se desviem daquilo que é a sua missão, que é privilegiar os mais carenciados, desviando-se desta missão acabam por não ter espaço”, acrescentou.

HYT // VM
Lusa

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