Uma série de interacções e diálogos recentes entre a China e os Estados Unidos enviaram sinais positivos para estabilizar as relações bilaterais e lançaram as bases para a reunião dos Presidentes dos dois países, em São Francisco, na próxima quarta-feira (dia 15).
No passado dia 10 realizou-se no Centro Nacional de Artes Performativas, em Pequim, um concerto comemorativo do 50.º aniversário da visita da Orquestra de Filadélfia à China. Quando se cantou “Ecos da Poesia de Tang”, uma fusão de música sinfónica ocidental e chinesa, construiu-se uma ponte cordial entre os povos da China e dos Estados Unidos, renovando a “amizade musical de meio século”.
Da história à realidade, há mil razões para que a China e os Estados Unidos mantenham boas relações e nenhum motivo para que sejam más.


Esta é a primeira reunião presencial entre os dois chefes de Estado após a reunião do ano passado em Bali. Os dois vão debater questões estratégicas, globais e orientadoras sobre as relações entre os respectivos países, bem como sobre temas relativos à paz e ao desenvolvimento mundial. Daí que o Mundo aguarde com grande expectativa os resultados desta reunião.
Não será um encontro fácil. O relacionamento bilateral tem enfrentado dificuldades devido ao fracasso da implementação do consenso alcançado em Bali.
Segundo responsáveis chineses, os Estados Unidos adoptaram uma política errada em relação à China devido a uma perceção equivocada sobre este País.
A partir da visita do Secretário de Estado norte-americano Abraham Blinken à China, em junho passado, Washington tem mostrado gestos de facilitação das relações sino-americanas. Os políticos da Casa Branca parecem compreender que a repressão contra a China é indesejável, pois a cooperação com a China é indispensável para resolver problemas como as alterações climáticas, os pontos críticos regionais e mesmo a recuperação da economia americana.
Voltando ao Consenso de Bali, a chave está na acção. A este respeito, a questão de Taiwan é o cerne dos interesses fundamentais da China e uma linha vermelha intransponível nas relações com os Estados Unidos. Recentemente, dirigentes norte-americanos declararam mais uma vez que a sua política de uma só China não mudou e que não apoiam a “independência de Taiwan”. Além disso, afirmaram repetidamente que “não pretendem dissociar-se da China” e que a dissociação económica entre os dois países teria consequências desastrosas para ambos e para o mundo. A China atribui importância a estas declarações, mas entende que as acções são mais importantes do que as palavras.
O mundo também espera que a China e os Estados Unidos, através da reunião de São Francisco, continuem a ter uma percepção correcta um do outro e compreendam o significado do desenvolvimento mútuo para si próprios. Para Pequim, a China e os Estados Unidos devem ser parceiros e não rivais, e deve haver benefícios recíprocos e ganhos mútuos em vez de um jogo de soma zero.
Erradamente, Washington considerou a China como seu maior rival estratégico. Contudo, na sexta Exposição Internacional de Importação da China, que agora se realizou, os Estados Unidos enviaram pela primeira vez uma delegação oficial, com mais de 200 empresas americanas. Isto mostra bem que os interesses da China e dos Estados Unidos estão profundamente interligados, e nenhuma das partes pode prescindir da outra.
Como disse o Governador da Califórnia, Gavin Newsom, durante a sua recente visita à China, “quanto mais bem sucedida for a China, mais bem sucedidos seremos todos nós”.
Actualmente, a recuperação económica mundial é fraca, os conflitos geopolíticos intensificaram-se e as incertezas e instabilidades aumentaram. A China e os Estados Unidos têm mais de um terço da economia mundial, quase um quarto da população mundial e cerca de um quinto do volume do comércio mundial. A forma como a China e os Estados Unidos se relacionarem entre si determinará o futuro da Humanidade.
Patrocinado por: Centro de programas de línguas da Europa e América Latina da China
fotos: white House e Wikipedia