O Movimento Cívico por Elvas (MCPE) acusou, em comunicado, a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) de “prejudicar propositadamente” o Hospital de Santa Luzia, chegando mesmo a afirmar que “o principal problema” da unidade de saúde elvense “é o facto de fazer parte da ULSNA e depender de um Conselho de Administração sediado em Portalegre”.
O MCPE reagiu, desta forma, às declarações proferidas pelo presidente da ULSNA, Joaquim Araújo, à Rádio Portalegre, em que o responsável “anuncia 70 milhões de investimento nos cuidados de saúde do Alto Alentejo que se resumem a investimentos no Hospital Dr. José Maria Grande”.
“Este anúncio reforça as nossas preocupações sobre as ameaças que se colocam ao já comprometido desempenho dos profissionais e valências da saúde do Hospital de Santa Luzia, em Elvas. Se no quadro comunitário 2020 o desinvestimento foi total, contribuindo para a degradação dos serviços e da qualidade dos cuidados prestados, no actual quadro comunitário 2030 mantém-se a trajectória, com investimentos insignificantes para as necessidades reais”, lamentou o MCPE.
“Registamos as preocupações do Conselho de Administração da ULSNA no anúncio da construção de um novo Hospital Central em Évora, e percebemos o porquê, mas alertamos os elvenses que não estamos disponíveis para assistir impávidos e serenos a este esvaziamento de valências e competências e à degradação contínua das infraestruturas de saúde do nosso concelho e tudo faremos para inverter esta situação, nem que, para tal, tenhamos que alterar as nossas escolhas de Portalegre para o Hospital Central de Évora”, acrescentou.
O Movimento Cívico por Elvas foi mais longe e referiu que “o principal problema do Hospital de Santa Luzia é o facto de fazer parte da ULSNA e depender de um Conselho de Administração sediado em Portalegre, que nunca subscreveu uma estratégia de desenvolvimento conjunto nas duas unidades hospitalares do distrito”, sendo que “o Hospital de Santa Luzia, em Elvas, tem sido prejudicado e esquecido propositadamente na atribuição de verbas, tendo-lhe sido retiradas valências e número de camas ao longo dos últimos anos”.
“Elvas e os elvenses, quer pela sua história, quer pela sua posição geográfica, merecem um serviço de saúde próximo e de qualidade. Não ficaremos à mercê das migalhas que Portalegre nos queira dar”, concluiu o MCPE.