Não cresci com convicções num partido nem a ser militante por influência familiar. Porém, desde os 18 anos, tento que o meu voto seja o mais consciente possível. A relevância da política foi adquirindo novos formatos para mim, o que é normal, pois fui compreendendo o impacto das escolhas para um futuro melhor.

O caminho é, contudo, também sinuoso para quem cresceu com parâmetros contrários aos da primeira linha do parágrafo anterior. Tal como eu, essas pessoas têm de ir refinando a sua opinião. Uma lição que aprendi é que nunca nos vamos identificar a 100% com os ideais de um partido, e isso é positivo. Caso contrário, corremos o risco de afirmar publicamente que pensamos como o nosso líder, sem sequer saber o que ele realmente pensa.

Lembro-me de ouvir pela primeira vez os conceitos de esquerda e direita no secundário, na disciplina de história, e de entender como podia aplicá-los à vida contemporânea. Mais recentemente, li um livro chamado “Esquerda e Direita: Guia Histórico para o século XXI”, do historiador Rui Tavares, que me ajudou a compreender melhor a necessidade desses conceitos, mergulhando nas suas origens. Recordo-me de uma entrevista com o humorista Ricardo Araújo Pereira, na qual este dizia que sentia mais vontade de estudar agora do que quando era mais novo, e eu sinto isso (sendo ainda nova, mas vocês percebem).

Ler jornais e estar atento às notícias também é crucial, mas é importante escolher fontes fidedignas. Enfatizo a importância de comprar jornais, não só pela informação, mas para apoiar os jornalistas, pois, sem jornalismo, não há democracia.

Neste texto, trago a dúvida que me assola e que acredito afligir muitos portugueses, as diversas operações noticiadas revelam os podres de partidos atrás de partidos. Aguarda-se agora a apresentação dos programas eleitorais e o início dos debates políticos.

Parece que, no dia 10 de março, vamos fazer o mesmo quando compramos frutas no mercado, tentar escolher aquela que parece mais “docinha”. Ao mesmo tempo, precisamos de ter cuidado para não nos deixamos enganar por maçãs que, por fora, são vermelhas e cristalinas, mas por dentro escondem um pouco de cianeto.

Portanto, a pergunta que faço e que dá título a este artigo é “Eleitor, também estás perdido?”.

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