A Somincor, empresa concessionária da mina de Neves-Corvo, confirmou hoje a morte do trabalhador que estava soterrado naquele complexo mineiro localizado no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja.
“A Somincor informa, com pesar, o falecimento de um trabalhador da nossa empresa, como consequência de uma queda de terreno isolada, enquanto operava um equipamento no fundo da Mina de Neves-Corvo”, disse a empresa, em comunicado enviado à agência Lusa.
A concessionária do complexo mineiro alentejano, que é detida pelo grupo sueco-canadiano Lundin Mining, revelou que está a ser desenvolvida “uma investigação às causas do incidente” e que a empresa está “a colaborar com as entidades competentes”.
Assinalando que lamenta a morte do trabalhador neste “incidente registado na mina”, a empresa indicou que “decidiu voluntariamente suspender as actividades” no complexo mineiro “até indicação contrária”.
“Neste momento de dor partilhada, a Somincor endereça à família do trabalhador e ao concelho de Castro Verde o testemunho do mais sentido pesar pela perda e a reafirmação da solidariedade com os familiares, com todos aqueles que trabalham na nossa operação e com as nossas comunidades”, pode ler-se também no comunicado.
Além disso, a empresa disse estar a “dar todo o apoio possível” à família do trabalhador que morreu.
Em declarações à Lusa, também Hugo Vazeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) confirmou a morte do trabalhador, após a equipa de resgate ter chegado à vítima.
O trabalhador, de 42 anos, natural de Albernoa, no concelho de Beja, mas residente em Castro Verde, estava a operar “uma máquina giratória”, quando ficou soterrado, hoje à tarde, devido a uma derrocada ocorrida no fundo da mina, disse o sindicalista.
Fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Protecção Civil do Baixo Alentejo indicou à Lusa que o alerta foi para o incidente foi dado aos bombeiros às 14:08.
A mesma fonte acrescentou, cerca das 21:00, que “a vítima já tinha sido resgatada da mina” e que “o óbito do trabalhador” foi declarado pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Beja.
Hugo Vazeira confirmou à Lusa que “os trabalhos de resgate” estiveram “a cargo de uma equipa de intervenção da Somincor”, empresa concessionária do complexo mineiro.
Hugo Vazeira lembrou que, antes desta morte, as últimas duas vítimas mortais na mina de Neves-Corvo ocorreram ambas em 2022, uma em Março e outra em Outubro.
Para o local do sinistro de hoje foram mobilizados elementos dos bombeiros de Castro Verde e militares da GNR, assim como meios do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), incluindo um helicóptero e a VMER.
Contactada pela Lusa, fonte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) disse ter mobilizado para o local uma equipa de três inspectores para proceder às necessárias averiguações.
RRL/TCA // RRL
Lusa