“A sua ajuda pode ser o que ainda falta à mesa de uma família” é o mote da campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome que se iniciou a 23 de Maio prolongando-se até 2 de Junho.
O lado mais visível da acção vai acontecer no próximo fim-de-semana, com as equipas de voluntariado no terreno, à porta das superfícies comercias, a pedir aos cidadãos que adicionem determinados bens não perecíveis à lista de compras, para serem entregues a famílias carenciadas.
Aquele que é o movimento nacional mais solidário alimenta-se da ajuda de todos, pelo que cada contribuição, por mais singela que seja, faz toda a diferença.
Graça Mocinha, responsável pela delegação de Elvas e de Campo Maior do Banco Alimentar, apela “à solidariedade de cada um” e exorta ao “envolvimento na campanha”.
Ao longo das últimas semanas, Graça Mocinha tem estado a preparar toda a logística e a constituir as equipas que irão estar nas seis maiores superfícies comerciais de Elvas e quatro de Campo Maior a proceder à recolha dos bens alimentares.
Só em Elvas vão estar mais de 100 voluntários a colaborar numa operação que segue um protocolo “que não é complicado, mas que obedece a um alinhamento”. Vai haver uma movimentação concertada, ao longo e toda uma cadeia, que começa na recepção dos produtos à saída das caixas dos supermercados, o transporte para o armazém, onde é feita a pesagem e a separação, e logo de seguida o lançamento da informação numa base de dados com ligação a Lisboa, para ser feita a monitorização em tempo real. “É isso que permite que a presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, possa ir dando conta, ao longo dos dois dias, do volume de alimentos que estamos a conseguir recolher a nível nacional”, explica Graça Mocinha.
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A gestão e entrega é feita de forma local. Posteriormente, os alimentos vão sendo entregues às instituições com protocolo com o Banco Alimentar que desenvolvem trabalho humanitário de proximidade. No concelho de Elvas há sete entidades que realizam esse trabalho: Movimento Secular das Irmãs Concepcionistas, Lar de Barbacena, Associação Humanitária de Santa Eulália, Fratelli Tutti (antigo MTA), ADRA (associação ligada à Igreja Adventista), Fundação Mariana Martins e APARSIN.
Graça Mocinha alerta para a importância desta ajuda que “não enche a despensa de ninguém, mas que é um complemento fundamental para quem vive com dificuldades. E em Elvas há cerca de 900 pessoas nestas condições, muitas delas crianças”. Quanto aos alimentos mais necessários, “tendo em conta este dado preocupante, apelamos à doação de cereais infantis, porque temos noção de que faltam à mesa de muitas famílias, já que é um dos alimentos que sofreu uma maior subida de preço”. Os legumes em conserva e enlatados como salsichas e atum também são muito necessários, “porque a carne e o peixe também são caros o que os torna frequentemente arredados da dieta de quem vive com dificuldades”.
Certezas, só no fim, por isso Graça Mocinha prefere ser cautelosa nas expectativas. Fala do êxito da campanha de Novembro de 2023 e diz que espera que a recolha do fim de semana “corra o melhor possível”. Também expressa o desejo de que o voluntariado possa crescer em futuras ações. “Há sempre lugar para mais pessoas que se queiram juntar a uma causa que é de todos”, refere.
Para além da actividade dos próximos dois dias, prossegue até 2 de Junho a “ajuda vale” que permite contribuir através da aquisição de vales de produtos disponíveis nas caixas dos supermercados.