A Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) já autorizou uma nova vacina, mas os produtores ainda têm que esperar cerca de nove dias para que seja administrada aos animais.
Os primeiros sinais do surto de Língua Azul surgiram em Évora, em Setembro, mas depressa noutros distritos do Alentejo, Santarém e Castelo Branco milhares de ovelhas começaram a sucumbir à febre catarral ovina, conhecida como doença da Língua Azul.
Nuno Pereira, proprietário de uma herdade em Portalegre, esperou dez dias para que levassem as suas ovelhas mortas. “Com tantos animais, torna-se difícil recolhê-los”, contou à CNN Portugal: “Entre sábado e domingo morreram em Portugal 2100 ovelhas”.
Nas imagens enviadas à CNN podem ver-se cerca de 20 ovelhas, sem vida, amontoadas. E agora teme pelos animais que ainda estão vivos: “Não lhe posso dizer se amanhã não estarão mortos”.
Ana Rita, médica veterinária da Associação de Agricultores do Campo Branco, confirma que “o sistema de recolha de cadáveres não tem mãos a medir, anda um bocadinho por todo o Alentejo e fora do Alentejo”, até porque esta é a primeira vez que este serotipo, que despontou no centro da Europa, chega a Portugal.
A doença propaga-se após a picada de um mosquito, mais concretamente de insectos do género Culicoides. Os animais ficam febris, prostrados e sem capacidade de se alimentar. Para já, a única recomendação é a utilização provisória da Vacina Syvazul BTV 3 para ovinos e bovinos, autorizada pela DGAV.
A vacina não está incluída no Programa de Sanidade Animal (PSA) e, por isso, representa custos elevados de aquisição e administração.
A 13 de Setembro foi detectado o serotipo 3 em Évora, mas rapidamente se alastrou para animais um pouco por todo o País, estando a “dizimar rebanhos”, como diz a própria CAP.
Esta doença não é transmissível a humanos.
Fotos: CNN Portugal
