Uma mancha multitudinária, constituída por famílias inteiras, trabalhadores e residentes próximos do Campo Arañelo (onde está localizada a central) e outros cidadãos vindos de vários pontos da Extremadura, marchou este sábado em protesto contra o apagão nuclear.
O número não é consensual. Há quem fale em 12 mil pessoas, mas as autoridades avançam com a cifra de sete mil. O que é certo é que uma mancha compacta de cidadãos espanhóis desfilou ao longo do município de Almaraz para manifestar um categórico “não” ao fecho da central nuclear que produz 7% na energia elétrica de Espanha e alimenta 3 000 lares, habituados a auferir salários elevados.

o Jornal “La Crónica de Badajoz” lembra que “Almaraz é a primeira indústria da Extremadura”, razão que justifica que se tenham juntado ao protesto dezenas de autocarros vindos dos municípios vizinhos.
Durante o percurso, que partiu da Praça do Município e terminou junto às portas da Central Nuclear, ouviram-se gritos como “sim a Almaraz -sim ao futuro” e “Almaraz não encerrará”. A enorme mancha humana pintou de verde as artérias percorridas, com os participantes a envergarem os coletes distribuídos pela organização. Nas mãos levavam bandeirolas, autocolantes, cartazes e megafones.
A reivindicação foi participada ao mais alto nível por todos os vereadores da Junta da Extremadura que acompanharam a presidente Maria Guardiola e o vice-presidente Abel Bautista, juntando-se também o Presidente do Conselho Provincial de Cáceres, Miguel Angél Morales, que realizou todo o trajeto. Quem também não faltou foi o presidente do Conselho Provincial de Badajoz e secretário-geral do PSOE Miguel Angél Gallardo.
O Vox esteve representado pelo deputado nacional Ignacio Hoces, e o secretario geral do partido no Congresso José María Figaredo, que se destacaram entre outras individualidades com cargos nacionais de visibilidade.
Em declarações aos jornalistas Maria Guardiola considerou a jornada de protesto como “um importante ato de reivindicação e dignidade”, vincando que se trata “de um assunto do país, não só da região. O que está em causa”, disse, “é a soberania energética de Espanha”.
De acordo com o programa de operação e desmantelamento de instalações nucleares em Espanha, incluído no 7.º Plano Geral de Resíduos Radioativos, as datas de cessação de funcionamento das Unidades I e II de Almaraz estão previstas para novembro de 2027 e outubro de 2028, respetivamente.
A central nuclear localiza-se a cerca de 205 quilómetros da fronteira do Caia.
Fotos: Jornal “La Cronica de Badajoz”



