O Ministério Público de Nisa decidiu a acusação contra Manuel Martinez Quintas, de 74 anos, antigo militar espanhol que, em Agosto de 2024, tentou violar e matar duas jovens, de 17 e 22 anos, na barragem de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide.

O homem, que vivia ali numa caravana após ter deixado um rasto de crimes graves e décadas de cadeia no seu país, vai assim responder por dois crimes de homicídio qualificado, na forma tentada, dois crimes de violação, dois crimes de rapto, dois crimes de roubo agravado pelo uso de arma de fogo, na forma tentada, e dois crimes de detenção de arma proibida.

No Verão passado, as duas jovens foram abordadas pelo homem, raptadas, amarradas, com as mãos presas com abraçadeiras, e alvo de tentativa de violação. Uma das vítimas conseguiu soltar-se e correr a pedir ajuda. O homem tentou então assassinar ambas com disparos de caçadeira, ferindo-as. Quando a GNR as descobriu, as jovens encontravam-se em estado grave – uma atingida pelas costas e outra numa mão (que colocou em frente à caçadeira para salvar a amiga) e numa perna – e despidas da cintura para baixo. Em choque, pouco conseguiram então descrever. Acabaram transferidas para o Hospital de São José, em Lisboa.

Manolo, como é conhecido, tentou fugir pela barragem, a nado, e desfazer-se da arma. Acabou por ser capturado em roupa interior. Detido pela GNR, ficou em prisão preventiva na cadeia de Elvas e, dada natureza dos crimes, a investigação ficou a cargo da Polícia Judiciária.

Em Espanha, o homem foi preso em 1983 por um duplo homicídio, e em 1997 por violação, na região de Zamora.

No primeiro caso, assassinou – por asfixia e afogamento – um casal de namorados que fazia observação de pássaros na natureza. Foi condenado a 76 anos de cadeia, mas só cumpriu 13, alegadamente por bom comportamento.

Foi libertado em 1996 e preso de novo dez meses depois, após ter violado uma mulher na água, no rio Douro. Novamente condenado (desta vez a 27 anos), cumpriu 20 e foi solto em 2017, tendo-se refugiado inicialmente na Galiza e, a partir de 2019, em Portugal.

Sobre ele já pendia uma queixa por violação de uma turista alemã, também na barragem de Póvoa e Meadas. No entanto, a denúncia foi retirada cinco meses depois.

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