Hermínia é a tempestade que está a afetar Portugal. Desenvolveu-se no Atlântico, com progressão para Portugal continental e Espanha. Os efeitos do temporal têm vindo a subir de intensidade no território nacional, seguindo a trajetória Norte/Sul. Os especialistas falam num “processo de ciclogénese explosiva” caracterizado por chuvas fortes e agitação marítima, mas também por ventos muitos fortes.
Nesta segunda-feira, 27 de Janeiro, os efeitos da depressão agudizam-se nas zonas norte e centro do país, devendo o vento ser ainda mais forte. O Alentejo e o Algarve são as regiões menos afetadas porque o sistema frontal irá perdendo força à medida que se for deslocando de noroeste para sudoeste, devendo tropeçar em várias cordilheiras em Portugal e Espanha, que o fazem enfraquecer. Ainda assim, é possível a formação de um rio atmosférico que também pode despejar chuvas intensas.

A tempestade Hermínia sucedeu outro fenómeno meteorológico extremo que atravessou Portugal. O Garoe pôs há dias o país a tremer de frio, e pelas características que apresentou, abriu espaço à entrada de Hermínia, devido a “um descontrolo do jato polar mais forte, acelerado e ondulante” que o habitual e que facilitou “o processo de ciclogénese de várias depressões muito ativas, por vezes explosivas, intensificado no Atlântico Norte”, dando os meteorologistas como certo que “depressões e respetivas frentes” chegariam a Portugal até final de Janeiro, oque veio a acontecer.
Quem atribui nomes aos furacões e depressões atmosféricas
Garoe e Hermínia são os nomes mais recentes que os meteorologistas se encarregaram de fazer soar, por indicação da Organização Meteorológica Mundial (OMM), sediada em Genebra, na Suíça. É um comité deste organismo que gere e define os nomes. A atribuição de nomenclatura tem uma única razão: facilitar a comunicação entre os meteorologistas e o público. A OMM explica que “dar nomes aos furacões é a forma mais eficiente de comunicar alertas para a população” e que isso “também facilita a comunicação marítima sobre tempestades”.
Este organismo mantém uma lista de 126 nomes, metade masculinos e metade femininos, que se repetem em ciclos de seis anos. Quando um furacão ou uma tempestade causa danos de gravidade extrema, o nome é retirado da lista.
As designações correspondem a nomes comuns de pessoas em inglês, espanhol e francês, por serem os idiomas falados nas zonas mais fustigadas com furacões.
Depois, há uma certa complexidade de regras que ditam a escolha do nome, sendo que conta a localização da origem do fenómeno, que também determina se é tufão, furacão, tornado… Tratando-se de um tufão com origem no noroeste do Pacífico, “a nomenclatura obedece a uma lista com 144 nomes de A a Z (excluindo as letras q e u), que também se divide em seis colunas (anos). Já os tufões do Centro-Norte do Pacífico recebem nomes havaianos, um total de 48, que são usados um depois do outro.” Se for um anticiclone formado no Atlântico a matriz já é outra.
Para já Hermínia é o nome em ebulição, mas a poucas horas de se esvair no horizonte.

