Começa hoje no Vaticano, às 16h30, a eleição do novo Papa. A Capela Sistina é o local onde irão estar reunidos os 133 cardeais, representantes de 71 países, que vão escolher o sucessor de Francisco no Conclave mais internacional da História.

Com o mundo de olhos postos em Roma, expectante em conhecer o novo Pontífice, os próximos dias vão ser férteis em informações sobre as regras da eleição do Papa. A Arquidiocese de Évora preparou um documento onde sintetiza todo o protocolo, destacando a maior presença de sempre de cardeais portugueses

O Conclave para a eleição do novo Papa vai ter início a 7 de maio

A decisão foi tomada na manhã de 28 de abril, durante a quinta reunião (congregação) geral preparatória da eleição, que reúne os cardeais presentes em Roma – incluindo os que têm mais de 80 anos, sem direito a voto na eleição pontifícia.

No Conclave vão estar quatro portugueses, a maior representação de sempre do país: D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; e D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, todos criados pelo Papa Francisco.

Estas presenças elevam para 14 o número de cardeais portugueses a participar em eleições pontifícias desde 1903.

Segundo as atuais normas da Igreja Católica, entram em Conclave para eleger o Papa apenas os cardeais que não tenham já cumprido 80 anos de idade no primeiro dia da Sé vacante (21 de abril).

O Colégio Cardinalício tem hoje 252 membros (135 eleitores, 117 cardeais com mais de 80 anos).

108 dos cardeais eleitores (80%) foram escolhidos pelo Papa Francisco, participandoo assim pela primeira vez num Conclave; 22 foram criados por Bento XVI e 5 por São João Paulo II.

Ao longo do seu pontificado, Francisco convocou dez Consistórios, nos quais criou 163 cardeais.

Se um cardeal tiver recusado entrar no Conclave, não poderá ser posteriormente admitido no decorrer nos trabalhos, mas o mesmo não acontece se um cardeal adoecer durante o processo da eleição do novo Papa.

Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceânia – então com 22 cardeais eleitores na soma dos três continentes.

Neste Conclave Europa representa 39% do total, com 53 eleitores (alguns dos quais com responsabilidades eclesiais noutros continentes), a América com 37, a Ásia com 24, África com 18 e a Oceânia com 4.

Os 10 países com mais eleitores são a Itália (17 cardeais), EUA (10), Brasil (7), França e Espanha (5 cada), Argentina, Canadá, Índia, Polónia e Portugal (4 cada), num total de 64 cardeais (47% do total).

Ainda que, em teoria, qualquer homem batizado, solteiro e em comunhão com a Igreja Católica possa ser eleito Papa, há quase 650 anos que o escolhido é um cardeal: o último pontífice vindo de fora do Colégio Cardinalício foi Urbano VI, arcebispo de Bari (Itália) em 1378.

Em séculos anteriores, os cardeais ficavam alojados na própria Capela Sistina, mas João Paulo II quis melhorar as condições e mandou construir a Casa de Santa Marta, no complexo do Vaticano: os cardeais continuam a estar submetidos à interdição de qualquer contacto com o exterior, mas não ficam encerrados num único local.

Os conclaves dos séculos XX e XXI tiveram uma duração sempre inferior a cinco dias e 14 votações.

Texto de Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

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