A associação de defesa do património Grupo Pró-Évora quer ver classificado como monumento nacional “todo o conjunto” do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, a Cartuxa de Évora, para salvaguardar o seu “valor cultural, espiritual e simbólico”.
“A igreja já está classificada como monumento nacional desde 1916”, pretendendo-se agora que “essa classificação seja atribuída a todo o conjunto do mosteiro”, disse hoje à agência Lusa o presidente do Grupo Pró-Évora (GPE), Marcial Rodrigues.
Segundo o responsável, “a Cartuxa foi e é muito importante para Évora” e, apesar de os últimos quatro monges da Ordem da Cartuxa em Portugal terem saído do eremitério alentejano em outubro do ano passado e rumado a Espanha, é preciso “manter o mais possível as memórias destes séculos como mosteiro”.
Este movimento de defesa do património de Évora já avançou com a proposta de classificação do Mosteiro de Santa Maria de Scala Coeli (que significa Escada do Céu) e, no final da semana passada, entregou a documentação necessária na Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen).
A associação fez chegar à DRCAlen o Requerimento Inicial do Procedimento de Classificação, acompanhado por “uma declaração de apoio subscrita por personalidades de reconhecida competência nas áreas envolvidas”.
Trata-se, referiu o representante, de uma declarações com “o apoio de 12 personalidades reconhecidas como autoridades nestas questões da Cartuxa e da arquitetura religiosa, da arte religiosa, da arquitetura e da arquitetura paisagística”.
Os subscritores são Artur Goulart de Melo Borges, Aurora Carapinha, Elsa Caeiro, Francisco Bilou, Joaquim Oliveira Caetano, José Aguiar, Manuel Branco, Maria de Jesus Monge, Marta Oliveira, Miguel Soromenho, Nuno Lecoq e Vítor Serrão.
A intenção do GPE é que a classificação, além da igreja, abranja o conjunto arquitetónico monástico, incluindo o património móvel e integrado, sendo também definida como Zona Especial de Proteção (ZEP) a área do chamado “deserto monástico”, ou seja, a cerca do mosteiro.
“O conjunto arquitetónico contempla tudo o que está construído e também queremos que seja classificado o património móvel, como quadros e estatuária, o património integrado, como a talha, a azulejaria, o mobiliário, o espólio da ‘Livraria’, a que chamamos hoje biblioteca”, precisou o presidente da direção do GPE.
Quanto ao “deserto monástico”, diz respeito “aos 78 hectares da cerca, que incluem uma mata de eucaliptos, plantada para isolar o mosteiro dos barulhos da cidade, mas também um sistema hidráulico complicado, um troço do Aqueduto da Água da Prata, uma arca de água, tanques, uma nora de grandes dimensões”, entre outras construções, indicou.
Com a classificação, que agora terá de seguir os procedimentos habituais nestes processos, o GPE quer perpetuar o “valor cultural, espiritual e simbólico” da Cartuxa e impedir “que se desvirtuem as características arquitetónicas e o espólio” deste conjunto, mantendo “a dimensão de recolhimento monástico contemplativo própria dos monges cartuxos”.
Propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, o mosteiro é “uma das mais notáveis obras do renascimento português”, da autoria do arquiteto Giovanni Vincenzo Casale, e foi o último mosteiro contemplativo masculino em Portugal, aguardando agora a chegada das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.
Com construção iniciada em 1587, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa a ser construído em Portugal, tendo tido diferentes utilizações, ao longo do tempo. Acabou por recuperar a sua função religiosa em 1960, graças a Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill’Alva.
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