O presidente da Junta de Freguesia de Bencatel, no concelho de Vila Viçosa, exigiu a construção com “a maior brevidade” de uma via alternativa ao troço da Estrada Nacional (EN) 254 que foi hoje encerrado.
O autarca, José Cardoso, disse à agência Lusa que “há uma revolta por parte da junta de freguesia pela forma como este processo foi conduzido” e que levou a Infraestruturas de Portugal (IP) a cortar hoje o trânsito no troço da EN254 entre Vila Viçosa e Bencatel.
“A IP teve dois anos para apresentar uma alternativa e fomos apanhados desprevenidos, a junta e a população, com o corte deste troço da EN254”, adiantou hoje o autarca.
Esta situação, explicou José Cardoso, implica “prejuízos em termos sociais e económicos para a população da freguesia” e “a junta nunca foi contactada”, apesar de ter pedido diversas reuniões à IP: “[A junta] nunca obteve resposta”.
O Comando Territorial de Évora da GNR, através da sua página na rede social Facebook, revelou hoje que este troço da EN254 foi cortado ao trânsito pela IP, de forma definitiva, “durante esta manhã”, e apontou vias alternativas para a circulação rodoviária.
O corte deste troço da estrada foi anunciado, na quarta-feira, em declarações à Lusa, por fonte oficial da IP, que alegou questões de segurança, devido à proximidade de uma pedreira.
A decisão está relacionada com a proximidade daquela estrada da pedreira “Monte d’el Rei”, que tem cerca de “134 metros de profundidade” e que se encontra a cerca de 30 metros da via, quando devia estar “a mais de 400 metros”, indicou então a mesma fonte.
A IP, que disse estar, juntamente com a câmara, a tentar “encontrar uma solução” alternativa para a circulação entre Vila Viçosa e Bencatel, indicou que, a partir de hoje, a alternativa de circulação para veículos ligeiros deve ser a EN255.
Já a EN381, entre a EN4 e a vila de Redondo, é indicada pela IP como percurso alternativo dos pesados, durante as próximas duas semanas, enquanto não for feita uma intervenção na EN255.
O presidente da junta de freguesia acusou a empresa pública de ter “confinado” os habitantes de Bencatel, “que tinham a EN254 como única via que fazia a ligação dentro do concelho”.
“Estamos, desde hoje, confinados e não podemos circular para outras localidades do concelho sem utilizar as estradas alternativas, que estão noutros concelhos”, criticou.
A junta de freguesia, frisou, “está com a população na reivindicação da rápida construção de uma alternativa segura e definitiva à EN254”.
O autarca observou que existe “um troço provisório que a empresa exploradora da pedreira que causou esta situação está a construir, para permitir que quem ali pretenda passar o possa fazer, mas não tem grandes condições, nem segurança”.
Até “os meios de socorro à população de Bencatel estão postos em causa”, invocou José Cardoso, exemplificando que antes os bombeiros “demoravam cinco minutos para chegar à localidade e, agora, levam 25 minutos, visto que têm de ir por Alandroal”.
E “as pessoas que se deslocam de automóvel e os transportes públicos com os alunos vão ser obrigados a percorrer uma distância três ou quatro vezes superior à habitual”, acrescentou.

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