As oito religiosas que vão viver num mosteiro em Évora conhecido como Convento da Cartuxa, desocupado desde a mudança de quatro monges cartuxos para Espanha, chegam na próxima semana à cidade alentejana, revelou hoje a arquidiocese.
A chegada das oito monjas a Évora está prevista para o dia 05 de março, mas, enquanto decorrerem obras no mosteiro, as religiosas vão morar numa casa na cidade, indicou a Arquidiocese de Évora, na sua página na Internet.
“As irmãs irão habitar uma casa” contígua à Igreja de São Francisco, em Évora, propriedade da Paróquia de São Pedro, “enquanto as obras de adaptação decorrem no Mosteiro da Cartuxa de Évora”, precisou.
O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (Escada do Céu), situado na periferia da cidade, vai passar a ser ocupado por monjas do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, como anunciou, em outubro de 2019, o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho.
Estas religiosas, sublinhou, vão “constituir uma comunidade monástica contemplativa na Cartuxa de Évora”, o que vai permitir que aquele espaço sagrado continue a ser um “pulmão espiritual” na cidade e na arquidiocese.
A Arquidiocese de Évora assinalou que as oito monjas são de várias nacionalidades e que a comunidade terá como prioresa (superiora) uma religiosa holandesa.
Contactada pela agência Lusa, uma fonte da Arquidiocese de Évora revelou que as oito monjas só deverão ocupar o Convento da Cartuxa no “terceiro trimestre” deste ano, após a conclusão de obras no mosteiro.
A empreitada para a adaptação do imóvel religioso encontra-se em “fase de concurso para adjudicação” e o prazo de execução dos trabalhos é de seis meses, precisou a mesma fonte.
Conhecido como Convento da Cartuxa, este foi o único mosteiro contemplativo masculino de Portugal, até outubro de 2019, quando foi aberta a clausura dos últimos quatro monges, que se despediram da comunidade e viajaram para Espanha.
Os quatro monges da Cartuxa de Évora, dois octogenários e dois nonagenários, mudaram-se para outro mosteiro, em Barcelona (Espanha), devido à sua idade e à falta de vocações.
Atualmente é propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, mas, em 1834, o mosteiro foi integrado na Fazenda Nacional, após a extinção das ordens religiosas, e os 13 monges e oito leigos que aí viviam “foram expulsos e os bens confiscados e vendidos ao desbarato”.
Em 1869, após o fecho da escola agrícola, que, entretanto, viria a ser instalada no espaço, José Maria Eugénio de Almeida comprou o mosteiro, “completamente degradado”, e as terras agrícolas circundantes.
O mosteiro foi reconstruído em 1948, por Vasco Maria Eugénio de Almeida, bisneto de José Maria, que o devolveu à Ordem Cartusiana, a qual o reabriu passados 12 anos, de acordo com o modo de vida dos cartuxos, feito de “silêncio, oração e absoluta entrega a Deus”.

SM (RRL) // RRL
Lusa

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