A Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) acusou o Governo de fazer “ilusionismo profundo” com os apoios extraordinários para 2021, considerando a medida “completamente inadequada ao panorama” provocado pela pandemia de covid-19.
“As associações foram colocadas na corda bamba da sobrevivência” pela pandemia de covid-19 e “o executivo decide iludir estas estruturas, colocando em causa a sua capacidade de ação e os postos de trabalho”, afirmou, em comunicado, a AAUE.
Em causa está a portaria do Governo que estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia causada pela doença covid-19 no âmbito dos apoios financeiros atribuídos às associações de jovens este ano.
Para esta associação académica, a portaria, assinada pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e publicada na terça-feira em Diário da República, traduz-se num “ilusionismo profundo”.
Num momento em que “as estruturas associativas se encontram em processo de resolução dos seus contratos de 2020 e consequentes devoluções, o secretário de Estado João Paulo Rebelo revela um profundo desconhecimento da realidade associativa ou uma séria vontade em querer ignorar o panorama atual”, criticou a AAUE.
Considerando a medida “completamente inadequada ao panorama”, a mesma associação académica argumentou que “as propostas apresentadas como medidas de exceção e apoio obrigam as estruturas a financiarem parte dos projetos propostos, colocando-os num patamar inalcançável”.
Perante “a incapacidade em apoiar justa e efetivamente as associações”, a AAUE lamentou que o Governo não pretenda ter “uma atitude de boa vontade em solucionar os prejuízos de centenas de milhares de euros e a falta de receita”.
A associação de Évora frisou que, desde o início da pandemia, em março de 2020, “nunca cessou a sua atividade” e garantiu “sempre meios de apoio aos estudantes e à comunidade”, incluindo “brigadas para entrega de refeições e bens a estudantes em isolamento”.
“A AAUE garantiu ainda a continuidade das atividades de cariz cultural, desportivo, político, formativo e, acima de tudo, cívico e social, assegurando também todos os postos de trabalho”, acrescentou.
No comunicado, a associação académica mostrou-se disponível para abrir a “suas portas” ao Governo “na esperança de que, finalmente, surjam medidas enquadradas e que correspondam efetivamente às necessidades do movimento associativo estudantil e juvenil”.
Na quarta-feira, também a Associação Académica de Coimbra (AAC) acusou o Governo de uma “operação de charme” com medidas de apoio extraordinário para 2021 que são “inócuas”, face aos grandes prejuízos das estruturas estudantis.

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