Luís Rosinha foi escolhido por unanimidade pela Comissão Política Concelhia de Campo Maior do PS para liderar a lista candidata às próximas eleições autárquicas. Esta meta, que é ao mesmo tempo um ponto de partida, traduz o êxito de um objectivo traçado por si próprio e o reconhecimento e a recompensa pelo trabalho que desenvolveu ao longo dos últimos oito anos no município campomaiorense. Membro do elenco governativo desde 2013, concilia actualmente o cargo de vice-presidente com o de vereador de vários pelouros: empreitadas de obras públicas e todos os serviços de administração directa que incluem “as recolhas do lixo, área ambiental e jardinagem”. Aos 38 anos Luís Rosinha, engenheiro civil de formação, apresenta-se a sufrágio com uma mão cheia de conhecimento e outra de trabalho realizado. Tem a sua assinatura “nas obras de envergadura dos últimos dois mandatos de 2013 a 2021”, pelo que não estranha que pretenda dar continuidade às linhas programáticas de um projecto que vem detrás e do qual é membro integrante. Também não surpreende que ao falar dos objectivos que estabelece para o futuro próximo, a conversa não se distancie das opções governativas do passado recente. Na corrida à Câmara de Campo Maior é o candidato sobre o qual não pode recair um olhar baço e vidrado apenas nas propostas que tem para apresentar, porque já carrega a responsabilidade de prestar contas. E é isso que lhe reforça a esperança de obter um voto de confiança renovado, porque entende que “os campomaiorenses sabem perfeitamente, e a história reflecte, o que tem sido a participação do Partido Socialista na gestão autárquica de Campo Maior”.
No território Alentejo sempre que há um acto eleitoral, particularmente as eleições autárquicas, sobressai a dureza de uma realidade que todos sabemos existir, mas que frequentemente nos forçamos por não olhar, como quem sacode o pó para debaixo do tapete para a visitas não verem. O factor “interioridade” ao longo dos últimos tempos tem servido de justificação para índices de desenvolvimento aquém da média nacional, envelhecimento, desemprego, desesperança, o que tem conduzido a uma forma de viver abaixo do limite inferior dos sonhos. Reverter este cenário é sempre o mote das campanhas eleitorais, apoiadas em modelos de sucesso que são dados como exemplo. No distrito de Portalegre, Campo Maior tipifica claramente a excepção à regra. É o concelho que tem o PIB mais elevado, onde há uma taxa de desemprego mais baixa, onde os jovens se fixam, e para onde afluem diariamente residentes dos concelhos vizinhos que ali trabalham. Campo Maior não é seguramente o local onde tudo está feito, onde não existem problemas, onde reina a perfeição. Mas é sem dúvida um local próspero, caracterizado por uma forte presença industrial que dita em grande medida o sucesso. É o sítio onde os jovens têm facilidade em arranjar emprego, quer tenham ou não optado por seguir o ensino superior. Luís Rosinha é o exemplo de um filho da terra arreigado. Formado em engenharia civil conta que ao longo de 11 anos desempenhou funções laborais “fora do meu concelho, mas havia dentro de mim uma necessidade de voltar. Com esse propósito estabeleci-me sempre em Campo Maior, onde fiz casa, casei e constituí família. Não optei por sair da minha localidade que tanto prezo”. Esse sonho viria a ganhar forma pela via política. “Em 2013 o Ricardo Pinheiro convidou-me para ingressar a lista à Câmara Municipal e nessa altura também houve a boa surpresa de, pela primeira vez, um partido político ter elegido quatro vereadores, sendo eu o quarto da lista”. No entanto só a partir de 2016 iria assumir a vereação a tempo inteiro, cargo para onde tem feito convergir a formação em engenharia civil e “um espírito de trabalho pautado por uma grande aproximação aos munícipes”. Viu serem-lhe entregues os pelouros que congregam “a parte das empreitadas das obras públicas e todos os serviços de administração directa: as recolhas do lixo, a parte ambiental, a questão da jardinagem. Todos esses serviços estão na minha dependência”, sublinha.
Na senda da continuidade, escrever a traço grosso um capítulo dedicado ao turismo
Por coerência e convicção, o candidato Luis Rosinha apresenta-se ao eleitorado numa linha de continuidade relativamente ao projecto delineado pelos anteriores executivos de que é membro integrante. Salienta que “estando há oito anos na Câmara não seria de bom tom achar que tudo o que tinha sido feito tenha que ser mudado daqui para a frente”. Refere um “enquadramento” repartido em três fases: “um primeiro período de 2013 a 2017, que se desenrolou em torno da questão ‘o que é que fazemos?´, numa perspectiva daquilo que era necessário na nossa vila. De 2017 a 2021 uma concretização. E agora passamos para a fase da exploração. Refiro-me sobretudo à questão turística”. Detalha, salientando o trabalho desenvolvido na primeira fase que incidiu fortemente “na deslocalização da comunidade cigana. Um processo demorado e difícil que teve a sua concretização em 2016. E a partir daí avançámos para a nossa obra principal, o ex libris neste momento de Campo Maior, que se prende com a política de requalificação das muralhas em si, da envolvente ao Castelo, da criação dos centros interpretativos da fortificação, da requalificação da Praça Velha, numa zona mais abaixo, no Museu Aberto, que mantém essa característica, mas deixando também espaço para o Museu da Festa da Flor, que permite que as pessoas que nos visitam possam contactar com o evento Festas do Povo não só no período em que se realizam, mas durante o ano”. Reforça a importância de dar seguimento ao plano estabelecido anteriormente. “Trata-se de pegarmos no que vem detrás e agora aprimorar de uma forma mais aberta. Eu acho que o produto está à vista, já pode ser visto por toda a gente, mas vai ter com certeza frutos”. Afirma com clareza que “a grande aposta para os próximos quatro anos é o turismo” e robustece essa opção por inerência da estratégia adoptada por Campo Maior como um dos três vértice da Eurocidade, que deve acompanhar “aquela que foi a perspectiva de Elvas no posicionamento turístico. E Campo Maior e Ouguela têm potencialidades únicas”. Relativamente a esta freguesia põe em relevo “a aposta na dinamização da Casa do Governador. Ouguela tem a particularidade de ter uma fortificação que foi tão importante na altura da defesa do reino de Portugal, possui umas paisagens naturais fantásticas e tem aqueles 50 ou 60 habitantes que lhe dão uma perspectiva tão característica”. Esclarece que a intervenção que foi levada a cabo em Ouguela resultou “da atribuição de fundos comunitários. Nós temos desenvolvido um trabalho fruto do que são as expectativas do que o país nos pode dar a nível de contrapartidas, porque o nosso orçamento não é excessivo e temos sempre que tentar o caminho do financiamento. Neste caso conseguimos uma verba aproximada dos 200 mil euros, que nos permitiu recuperar alguns panos da muralha. Neste momento está em curso uma fase de revisão das medições, para podermos lançar o projecto para completar os seis panos de muralha que faltam fazer, conjuntamente com a iluminação exterior. A partir daí é obvio que é obrigatório dar destaque à fortificação de Campo Maior e a tudo o que temos na vila, e acoplar Ouguela a isso”.
O trabalho feito e por fazer que abre os ferrolhos do turismo
Em política apresentar um projecto implica quase sempre fintar a saudável pose felina e desconfiada dos contra argumentos, que alimentam o debate democrático que antecede os actos eleitorais. Luís Rosinha sabe disso e usa a eloquência e a experiência de quem conhece bem a casa por dentro, para clarificar e defender opções. E enumera outras potencialidades turísticas que se propõe explorar para colocar Campo Maior nas rotas nacionais e internacionais. Explorar o quinhão que o município possui na Barragem do Caia é uma das vertentes. “Há dois anos atrás criámos uma zona na pequena extensão que pertence a Campo Maior na envolvente à Barragem. Fizemos uma aposta numa zona de lazer, que tem sido bem aceite e que já atrai muitos campomaiorenses. Colocámos um ancoradouro que dá acesso à própria Barragem, e não nos escapa a intensão de apostar também na navegabilidade. Naturalmente as potencialidades vão muito além da água para consumo, e inclusive já ali se praticam vários desportos como a pesca, passeios de caiaque, windsurf, que é uma modalidade que vai surgindo a espaços. Sem dúvida a questão da navegabilidade seria aquilo que mais aportaria. Importa esclarecer que o nosso concelho tem a particularidade de ter uma grande área inserida numa zona de protecção especial, uma CPE, o que faz com que alguns investimentos junto dos rios sejam mais difíceis de obter, pelas características e pela questão da zona. E nós temos o Xévora e o Abrilongo. Faz parte dos nossos desejos, e seria com toda a certeza bom para os campomaiorenses que pudéssemos seguir os passos de outros concelhos alentejanos, que apostaram numa praia fluvial. Mas volto a frisar que está sempre dependente das condicionantes ao nível do ambiente e da natureza”.
Atrair investidores para a implementação de uma unidade hoteleira é outra alínea na agenda de Luís Rosinha. “É uma lacuna que Campo Maior tem neste momento e que me parece claramente que irá surgir uma resposta pela parte da iniciativa privada. Nós neste momento não estamos no período zero, mas estamos no zero ponto um, ou zero ponto dois e eu entendo que só a própria movimentação dos turistas pode ditar esses futuros investimentos. Acredito que surja um projecto de envergadura , mais na perspectiva rural, que possa ter à volta de 50 a 60 camas”. Enquanto isso vão surgindo opções de alojamento local que de acordo com o candidato “beneficiam actualmente de condições de implementação mais facilitadas”.
A consistência de um projecto que não desvia o olhar da indústria e da plataforma logística
Luís Rosinha não joga com o silêncio e até aumenta o volume para clarificar que a forte aposta no turismo nunca será um empecilho ao investimento em outras áreas, nomeadamente a indústria. Assegura que “é impossível Campo Maior distanciar-se dos seus elementos diferenciadores”. Salienta “que há uma mentalidade industrial enraizada na própria localidade, que inclusive recebe diariamente ‘n’ pessoas vindas do exterior que laboram na vila. Há aqui uma casa-mãe que tem a ver com o Grupo Nabeiro – Delta Cafés, depois, nos últimos 20 anos há a questão da Hutchinson Borrachas de Portugal, que continua num franco crescimento, e agora o novo projecto da Medicane. Claramente, estamos sempre abertos a novos projectos industriais. Claramente essa é uma das nossas apostas. Claramente estamos abertos a potenciais investimentos. Prova disso é estarmos neste momento a lançar a terceira fase de expansão da zona industrial, o que demonstra que há uma perspectiva de crescimento sempre relacionada com a indústria, não esquecendo também a questão agrícola de Campo Maior”.
Esta estratégia desenha uma linha recta em direcção à plataforma logística que é outro dos pontos fortes do plano de trabalho do candidato do PS, que vê na zona industrial de Campo Maior um espaço de acolhimento para “as empresas que não querem estar dentro daquele circuito logístico e que preferem estabelecer-se na envolvente. E nós temos todas as condições para as vir a receber”. Reitera que a expansão da zona industrial tem esse objectivo estratégico: “atrair os pequenos e médios empresários para os novos espaços que estão a ser criados. E isso também vai mais uma vez de encontro à vocação e à mentalidade industrial do campomaiorense e a preocupação que a autarquia tem em ajudar a criar condições para que os jovens que não seguem os estudos, que não optam pelo ensino superior, tenham a possibilidade de fazer vida na área industrial, tal como os pais e os avós. Esta é uma questão que não tem uma explicação genética, mas que quase tem. E esse também é um dado interessante, porque é inequívoco que as empresas que se sediam em Campo Maior apreciam muito a mão-de-obra que aqui existe”.
A atenção dada à segurança, à acção social, aos idosos e aos jovens
A deslocalização da comunidade cigana foi um trabalho ambivalente que permitiu a realização das obras de requalificação das muralhas e “resolver um problema de ocupação do espaço público que existia há 50 anos”. Luis Rosinha destaca a importância desta medida tomada pelo executivo de que faz parte, porque permitiu também “diluir o distanciamento entre a população cigana e a não cigana, e este caminho de aproximação tem que ser feito. É fundamental que se perceba que em Campo Maior vivem campomaiorenses”. Apoiado em números da GNR que demonstram que “existiu uma melhoria a partir de 2016”, desmistifica a questão da segurança, tida como um problema resultante desta etnia, e sublinha que “há assaltos feitos sem ser pela comunidade cigana”, lamentando que a questão “de forma demagógica, seja encarada, numa perspectiva étnica ou racial”. Explica que o processo de transferência obedeceu a uma accção concertada que envolveu “várias entidades que optaram por manter a comunidade toda junta e acomodá-la num espaço que está situado cerca de 200 a 300 metros de onde viviam anteriormente”. Refere o protagonismo da Câmara enquanto “membro promotor da iniciativa”, mas sublinha que as decisões e os estudos tiveram uma participação equilibrada da Segurança Social e da GNR, e que esta força de segurança teve uma voz particularmente activa “na escolha do espaço onde iríamos localizar esta comunidade”. Refere que foram disponibilizadas cerca de 53 habitações, que acomodam o mesmo número de famílias. Insiste que dada a dimensão de Campo Maior, “seria difícil optar pela dispersão destas pessoas pela vila, pelo que se considerou ser mais adequado manter a comunidade junta”. Luis Rosinha rejeita a ideia de que a medida possa suscitar na população descontentamento e enfatiza a relação custo benefício: “conseguimos um financiamento para aquele espaço, que custou à Câmara apenas cerca de 150 mil euros. Com esse investimento praticamente nulo resolvemos um problema com 50 anos de idade, onde havia esgotos a céu aberto, dificuldades de abastecimento de água, e todas as outras deficiências relacionadas com viver em barracas. Seguramente ninguém nega a importância, quando vimos de Badajoz, de se observar aquele que é o ex libris de Campo Maior, que são as muralhas totalmente arranjadas”.
Ainda no capítulo da habitação social, Luís Rosinha tem a certeza de que a acomodação da comunidade cigana no novo espaço não gera na população um sentimento discriminatório e garante que a Câmara disponibiliza soluções ajustadas às necessidades que outros munícipes vão tendo, que são poucas “porque é uma situação que vai surgindo a espaços. Em Campo Maior esta é uma questão que não tem a mesma importância que tem em outros municípios vizinhos, mas a Câmara tem feito esse trabalho também. Todos os anos recuperamos sete ou oito habitações no centro histórico, para fazer face a essas necessidades, e vamos continuar a fazê-lo”. O candidato põe em relevo a intensão do executivo em reabilitar o património e refere “a preocupação de alargar a recuperação da muralha e da praça velha a outras casas, intervencionadas com todas as condições e com efeitos de modernização. E esta é uma medida que irá continuar, ainda mais agora que surge uma oportunidade muito interessante, que tem a ver com a estratégia local de habitação, sustentada pelo PRR, e nós temos o trabalho de casa feito. Temos prédios já adquiridos e estão identificadas as necessidades. Portanto, a questão da habitação social, e para os casos que existem que não são assim tantos, acho que em poucos anos se consegue resolver”.
A atenção aos idosos é outro foco do candidato, que mais uma vez cruza o trabalho feito com a intensão de lhe dar continuidade. “Há uns anos atrás apoiámos o Lar e o Centro de Dia de Degolados que passou a disponibilizar uma maior acomodação. A nível da Vila, relativamente ao Lar da Santa Casa da Misericórdia, a Câmara está envolvida na obra que irá aumentar a capacidade de acolhimento da instituição que vai passar a dispor de mais 12 camas.
Tomar conta dos jovens, cuidar das condições que permitam a sua captação e fixação em Campo Maior é um assunto que Luis Rosinha pretende tratar com elevado grau de precisão. “Nós temos sempre que olhar para a juventude de forma intensa e interessante. Estamos perante a geração mais qualificada de sempre. Qualquer autarca terá que ter um olho atento e tentar perceber que se nós temos uma geração qualificada, devemos procurar retê-la. Não temos ensino superior em Campo Maior, mas queremos que saiam para se formar e que depois regressem. E isso continua a acontecer. Os jovens saem, mas depois voltam. E a Câmara de Campo Maior deve ter essa função, estar atenta e ter um papel de captação. E reforço mais uma vez o projecto que já tem oito anos e do qual faço parte. Estamos neste momento a construir um centro de inteligência competitiva, algo muito virado para as novas tecnologias, para os data scientist, para a análise de dados, para as perspectivas das profissões mais recentes e mais tecnológicas, que são um factor de grande atractividade. Isto ilustra o interesse e a necessidade de nos apoiarmos nos jovens indispensáveis a um plano de crescimento. Só com os jovens se consegue crescer”.
As incontornáveis Festas do Povo, uma aspiração a Património Imaterial da Humanidade
A ausência forçada e sentida das Festas do Povo levanta a questão da continuidade da tradição e da transmissão do legado dos mais velhos aos mais novos. Luís Rosinha lamenta a interrupção e o enorme ponto de interrogação que a pandemia continua a colocar, mas põe a intensão de dar suporte ao evento à frente das contrariedades. “A realização das Festas tem essa dificuldade acrescida. Nós achamos que a pandemia poderá desaparecer, mas é uma incógnita. Se é certo que a Câmara estava envolvida no projecto das Festas do Povo de 2020, estará com certeza envolvida nas Festas de 2000 e qualquer coisa, quando for possível e quando o povo assim o entender. E esse é claramente um elemento diferenciador do evento Festas do Povo. É um dos maiores actos de voluntariado que existe no país, porque ninguém recebe por aquilo que faz, mas tem que haver a sensibilidade do povo, que tem que sentir essa necessidade de fazer, e quanto mais tempo passar, maior será a desmotivação. Compete também à autarquia agir junto da Associação das Festas do Povo, e tentar despoletar a criação de um novo evento. Mas há uma questão muito importante que poderá pesar na realização de uma nova edição, que é as Festas do Povo serem consideradas Património Imaterial da Humanidade. Esse será claramente um elemento importante, porque tendo Campo Maior um evento conhecido mundialmente , isso poderá semear nas pessoas o desejo de a breve prazo verem novamente os papéis no ar”.
Confiante em que a tradição socialista e o trabalho realizado conspirem a favor
A escassas semanas da eleição Luis Rosinha olha com respeito para os adversários e aguarda pela campanha para conhecer as propostas que as outras forças políticas têm para apresentar, em particular o estreante CHEGA, que considera que “vem ocupar um espaço vago devido à falta de participação da direita clássica”. Tranquilo, e ciente de que os eleitores “irão fazer um balanço sobretudo do que se passou nos últimos quatro anos num executivo camarário de que eu faço parte”, mostra-se confiante na eleição. “Nós temos as nossas propostas, temos o nosso alinhamento feito e temos a intensão de dar continuidade a esse trabalho”. Apoia-se também na tradição socialista. “Campo Maior é uma terra que se identifica claramente como uma terra de esquerda, extremamente socialista. E isso está demonstrado na governação que tem sido feita no tempo democrático, que foi sempre do PS”. Independentemente da estrutura e da tradição, não descura a importância da campanha, que este ano terá que ser reajustada. “Nós socialistas tivemos sempre a perspectiva da arruada. Íamos em grupos relativamente densos e grandes. Temos que definir como iremos comunicar com o eleitorado a partir de 14 de Setembro, que é quando começa a campanha eleitoral”. Luis Rosinha fala na existência de “um plano B interno”, que não quer revelar por estratégia, mas sublinha que será necessário transpor os limites das redes sociais “que não chegam a toda a gente”.
Enquanto se prepara para percorrer o caminho que o pode levar a mudar de gabinete, Luis Rosinha, não escapa à questão que tanta curiosidade nos levanta: em qual dos outros votaria se não fosse candidato à Câmara de Campo Maior? E não é subliminar a resposta que dá. “Entendo que com essa questão procuram uma resposta pessoal. Eu conheço o Paulo Ivo Almeida, o candidato da CDU. Conheço o Paulo há imensos anos. Até temos a particularidade de termos estudado juntos. Ele também é engenheiro técnico civil como eu e já coabitámos quatro anos neste executivo. O Paulo fez o trabalho que tinha que fazer enquanto oposição. Se o Partido Socialista não se candidatasse votaria nele”.
As estatísticas são favoráveis às aspirações de Luis Rosinha, que, a cumprir-se a tradição, pode estar a escassas semanas de ser eleito Presidente da Câmara de Campo Maior. Com outras equipas a ir a jogo, é natural que aumente a emoção e as expectativas. Mas é disto que também se faz a política: há sempre os que remam contra a maré e os que navegam nas águas calmas do rio. Neste caso concreto há outra certeza irrefutável: no dia 26 de Setembro Campo Maior terá um presidente estreante no cargo.
Entrevista conduzida por Arlete Calais