A Câmara de Évora anunciou que decidiu suspender o acordo de geminação com a cidade russa de Suzdal, até que cesse a invasão da Ucrânia pela Rússia, num “acto político simbólico” contra a guerra.
A suspensão do acordo de geminação com a cidade de Suzdal é um dos pontos de um documento sobre a guerra na Ucrânia que foi subscrito pelos eleitos desta Câmara Municipal e divulgado pelo Município.
Esta decisão, pode ler-se, constitui-se “como um acto político simbólico em linha com outro vasto conjunto de iniciativas políticas nacionais e internacionais que visa pressionar a Rússia a cessar de imediato as agressões ao povo ucraniano”.
Segundo a Autarquia, o documento foi aprovado por “consenso e unanimidade”, com excepção do ponto relacionado com a suspensão da geminação com Suzdal, que mereceu os votos contra dos dois eleitos da CDU e da eleita do Movimento Cuidar de Évora, enquanto os dois eleitos do PS e os dois do PSD votaram a favor.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, vincou que não concorda com a suspensão da geminação.
Segundo o autarca, “não se deve confundir o Governo russo com o povo russo” e “todas as relações entre os povos” devem manter-se, pois “ajudam à paz e ao bom relacionamento”.
“Iremos comunicar, nos termos da deliberação, a Suzdal esta decisão e, naturalmente, informar quem votou a favor e quem votou contra”, mas, “em termos práticos, a suspensão está em vigor”, assinalou.
O autarca notou que a Câmara de Évora “há muitos anos” que não promove “qualquer acção com Suzdal”, justificando que o Município alentejano enfrentou “uma situação muito complicada” em termos financeiros e a cidade russa “fica muito longe”.
No documento, além da suspensão da geminação com Suzdal, a Autarquia apela à paz, condena a “invasão militar da Ucrânia” pela Rússia, manifesta solidariedade às vítimas da guerra e saúda a “resposta à crise humanitária”.
O acordo de geminação entre Évora e Suzdal foi assinado em 8 de Outubro de 1986.
SM // RRL
Lusa