FOTO DAVID ALVES
Mais de 50 famílias da freguesia rural de Santo Amaro, no concelho de Sousel, ficaram “com todos os bens danificados”, devido ao mau tempo e inundações na aldeia, revelou hoje o presidente da câmara municipal.
Esta freguesia rural, que é atravessada por uma ribeira que transbordou e inundou habitações, foi a mais afetada no concelho, “com mais de meia centena” de famílias que ficou com “todos os bens materiais danificados” nas suas casas, explicou à agência Lusa o presidente do Município de Sousel, Manuel Valério.
Na sequência desta situação, “ninguém ficou desalojado”, uma vez que se trata de uma “aldeia muito afetiva” e existe “sempre um ou outro familiar que dá a mão” a quem necessita.
“É nesta freguesia que temos, nesta altura, todos os técnicos de ação social a fazer um levantamento caso a caso”, acrescentou.
O mau tempo, com fortes chuvadas que provocaram cheias no distrito, causou diversos danos no concelho de Sousel (Portalegre), tendo a câmara já feito uma primeira estimativa dos prejuízos.
“Eu não me quero estar a precipitar, mas, em termos de estragos e de avaliação, certamente o valor dos prejuízos superará os três milhões de euros em todo o concelho”, disse Manuel Valério.
O mau tempo provocou também estragos em estradas, principalmente na Estrada Municipal 372, que liga Sousel ao Itinerário Principal 2 (IP2), estando prevista uma vistoria ao traçado, ainda hoje, por técnicos da empresa Infraestruturas de Portugal.
A chuva intensa e persistente que caiu na madrugada de terça-feira causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
No total, há registo de 83 desalojados, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), e o mau tempo levou também ao corte e condicionamento de estradas e linhas ferroviárias, que têm vindo a ser restabelecidas.
Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, situação que está regularizada na maior parte dos casos.
Em Campo Maior, no distrito de Portalegre, a zona baixa da vila ficou alagada e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto.
Segundo a ANEPC, estão “cinco planos municipais de emergência ativos”, quatro no distrito de Portalegre e um em Santarém, mantendo-se em estado de alerta amarelo os planos especiais de emergência para as bacias dos rios Tejo e Douro devido ao risco de cheias.