A Santa Casa da Misericórdia de Portalegre (SCMP) está a avançar com um processo de despedimento que envolve “entre 20 a 26 funcionários”, situação provocada pelos prejuízos com que a instituição se depara mensalmente, disse hoje a provedora.
“Há pessoas que vão sair, rescindir contrato ou despedimento, porque temos de reduzir a despesa mensal”, disse a provedora da SCMP, Luísa Moreira, em declarações à agência Lusa.
“Não há outra saída. A instituição dá por mês um prejuízo de 30 mil euros, não há fundo de socorro, não há empréstimo bancário que consiga resolver isto, porque é só criar mais dívida para a Santa Casa”, lamentou.
Com um universo de cerca de 200 funcionários, a provedora da SCMP sublinha que esta é a “única maneira” que encontraram para “estancar” a despesa e conseguir que a instituição não tenha um prejuízo mensal.
“Passa pela redução do quadro de pessoal inicialmente, não vamos fechar valência nenhuma”, assegurou.
Luísa Moreira, que diz ter uma tarefa “ingrata” em mãos, revelou ainda que se realizou hoje uma reunião com os trabalhadores envolvidos neste processo.
“Explicamos a verdade, explicamos a situação em que estamos e propusemos sair como quiserem. Quem quiser sair já, por acordo, sai já, recebe o mesmo e, quem quiser não sair por acordo fica no processo de despedimento que demora mais de um mês, depende muito das pessoas, porque as que estão contratadas há mais tempo têm até 75 dias, continuam a trabalhar e depois então saem”, disse.
Em comunicado enviado hoje à Lusa, a SCMP recorda que tem atravessado nos últimos anos “vicissitudes muito relevantes”, sendo “forçada” a enfrentar desafios que impactam diretamente a sua organização, designadamente “dificuldades financeiras graves que já não permitem acomodar” as necessidades presentes da instituição e das pessoas que a mesma se destina a servir.
No documento pode ler-se que a SCMPM, “em estreita colaboração”, com o Centro Distrital de Segurança Social de Portalegre, tem vindo a analisar a situação atual, só passível de ser revertida por uma reestruturação da sua estrutura.
“Estamos muito conscientes do impacto desta medida no território que integramos, estando neste momento a explorar formas de conseguir minimizar e mitigar tanto quanto possível impactos internos, muito embora seja forçoso adotar medidas que poderão abranger algumas áreas departamentais internas, com vista a manter a sustentabilidade da instituição”, pode ler-se no comunicado.

A Santa Casa, pode ler-se no documento, “é forçada a enfrentar desafios que afetam diretamente a sua organização, nomeadamente graves dificuldades financeiras que já não permite acomodar as necessidades presentes da instituição e das pessoas que a mesma se destina a servir”.

A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre, em estreita colaboração com o Centro Distrital de Segurança Social de Portalegre, tem analisado a situação atual. “Chegou-se à conclusão de que apenas através da adopção de medidas de excepção e de uma reconversão interna, possivelmente incluindo uma reestruturação da sua estrutura, é possível começar a reverter esta situação”.

“Estamos muito conscientes do impacto desta medida no território que integramos, estando neste momento a explorar formas de conseguir minimizar e mitigar tanto quanto possível, impactos internos, muito embora seja forçoso adoptar medidas que poderão abranger algumas áreas departamentais internas, com vista a manter a sustentabilidade da Instituição”, revela a Misericórdia de Portalegre num documento assinado pela provedora Maria Luísa Moreira.

A Mesa Administrativa “está disponível para prestar os esclarecimentos que os Irmãos e a comunidade reportem necessários, com referência a este panorama desafiante que fomos forçados a enfrentar”, conclui.

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