O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) anunciou a libertação, no Alentejo, de 17 aves juvenis da espécie ameaçada tartaranhão-caçador que nasceram em cativeiro, depois de recolhidos os ovos para a sua protecção.
Em comunicado, o ICNF manifesta a expectativa de que a acção desenvolvida, em parceria com a Liga para a Protecção da Natureza, contribua para a manutenção da espécie no Alentejo, região onde esta ave de rapina migratória costuma nidificar.
Das 21 crias nascidas este ano em cativeiro, ao abrigo de um programa de salvamento de ovos e crias direccionado para o tartaranhão-caçador, sobreviveram e foram libertados 17 juvenis.
As aves foram anilhadas para efeitos de identificação e têm emissores que permitem seguir a sua rota migratória até África, onde invernam, esperando o ICNF que possam ser vistas dentro de três anos nas planícies alentejanas, “garantido a presença da espécie no território de origem”.
O ICNF salienta que este ano foi disponibilizado pela primeira vez um apoio específico, no âmbito do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, “para protecção da espécie nas searas de cereais praganosos e noutras culturas para a produção de forragem”.
A ajuda financeira aos agricultores, que implica não cortar nem pastorear uma área de um hectare de seara em torno de cada ninho referenciado, cuja colheita se realize antes de 30 de Julho, permitiu salvaguardar no campo 33 ninhos de tartaranhão-caçador.
Em Portugal, esta espécie de ave caçadora, que pode ser observada nos meses quentes, está em “declínio acentuado” devido à “afectação directa do habitat e do aumento de impactos negativos sobre os locais de nidificação” em resultado da alteração das culturas e das práticas agrícolas e pecuárias nos últimos 10 anos.
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Lusa