O serviço de urgência médico-cirúrgica do hospital de Portalegre vai estar encerrado na quinta-feira a partir das 14:00, reabrindo no dia seguinte pelas 08:00, divulgou hoje a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA).
Contactado pela agência Lusa, o porta-voz da ULSNA, Ilídio Pinto Cardoso, explicou que esta situação se deve ao facto de os médicos se recusarem a realizar mais horas extraordinárias além das obrigatórias.
Numa nota enviada à agência Lusa, a ULSNA acrescenta que este serviço vai estar depois em funcionamento na sexta-feira, a partir das 08:00 até às 08:00 de segunda-feira.
De acordo com a ULSNA, o serviço de urgência médico-cirúrgica está desde as 08:00 de hoje em funcionamento no hospital de Portalegre, até às 14:00 de quinta-feira.
Ilídio Pinto Cardoso indicou ainda que está em funcionamento o serviço de cirurgia interna, cirurgias programadas e consultas externas.
“Um doente que entre no hospital de Portalegre e que na triagem seja reencaminhado para serviço de cirurgia geral, se [o serviço] não estiver a funcionar naquele dia e nas horas indicadas [na nota] é reencaminhado para o hospital de Elvas que é da ULSNA. A ULSNA resolve estes casos através dos recursos próprios que tem”, explicou.
A Ordem dos Médicos (OM) revelou na segunda-feira que os 18 clínicos de Cirurgia Geral do hospital de Portalegre se recusam a realizar mais horas extraordinárias até final do ano, por já ultrapassarem as 150 obrigatórias, sendo que alguns já se aproximam das mil.
Em comunicado enviado à Lusa, o Conselho Sub-regional de Portalegre da OM disse ter tido conhecimento de que “todos os elementos do Serviço de Cirurgia Geral” daquele hospital “apresentaram a sua indisponibilidade para realizar mais horas extraordinárias no ano de 2023”.
Fonte deste conselho sub-regional da OM precisou à Lusa que a medida abrange “os 18 médicos” do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Dr. José Maria Grande, em Portalegre, pertencente à ULSNA.
Já no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, no mesmo distrito e igualmente pertencente à ULSNA, existem “perto de 10 médicos de cirurgia geral”, os quais ”não apresentaram a sua indisponibilidade para mais horas extraordinárias”.
Os cirurgiões de Portalegre deixaram de fazer mais horas extraordinárias desde o último sábado, pode ler-se no comunicado da OM, que argumentou que esta recusa se traduziu “num forte constrangimento no Serviço de Urgência” do hospital e à transferência “de muitos doentes para outras unidades hospitalares”.
Contactada na altura pela Lusa, a ULSNA escusou-se a prestar declarações “sobre o direito que assiste a estes médicos” que apresentaram a sua indisponibilidade.
“O Serviço de Urgência na ULSNA é sempre assegurado, na área da Cirurgia, por um médico”, referiu a mesma entidade.
O porta-voz da ULSNA, Ilídio Pinto Cardoso, precisou à Lusa que, neste caso, esse médico que assegura as urgências de cirurgia geral está no hospital de Elvas.
No esclarecimento enviado à Lusa, a ULSNA realçou precisamente isso: “Não há alteração de cirurgias programadas ou de consultas. Em caso de constrangimentos ou outros, a ULSNA resolve em rede com os seus recursos ou os da região”.

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Destaque Principal

Veja também

Gavião organiza XIIII Jornadas Gastronómicas do Feijão Frade

A Câmara Municipal de Gavião promove, de 19 a 21 de Setembro, as XIII Jornadas Gastronómic…