Não sei se já repararam, mas em várias livrarias e postos comerciais, um dos livros que insiste em manter-se no topo das vendas é o “Pai Rico, Pai Pobre” de Robert T. Kiyosaki. Compreendo a posição e o entusiasmo de quem o adquire: vão à procura fora daquilo que não lhes é ensinado na escola. Quem diz na escola, diz também em ambiente familiar. A maioria dos pais também não sabem transmitir esses conhecimentos aos filhos, pois foram aprendendo com a vida e muitas vezes nunca chegam a entender o assunto.

É tonitruante a iliteracia financeira que existe no nosso país. Ao sair da faculdade e procurar o primeiro emprego, apercebemo-nos de que nunca examinámos um recibo de vencimento, não sabemos bem o que é um recibo verde ou um ato único.

O que falhou? Não vou afirmar que faria algum tipo de troca entre disciplinas que tive desde o 1.º ao 12.º ano, se pudesse, voltava atrás e prestava-lhe mais atenção. Contudo, faltou a inclusão de uma matéria que ensinasse ao aluno um aspeto tão crucial, as finanças pessoais.

Várias vezes, ao assistir a debates políticos, encontro-me com o telemóvel na mão quase sempre a consultar o site do Doutor Finanças para pesquisar sobre taxas e impostos mencionados. No entanto, dou-lhe descanso quando estou a assistir a um documentário sobre as invasões francesas, das quais ainda me lembro bem de algumas coisas.

No dia 21 de dezembro de 2023, foi votado o projeto de resolução n.º 952/XV/2.ª com o intuito de implementar alguns aspetos elementares da literacia financeira no ensino português. PS e BE votaram contra, PCP e Livre abstiveram-se. Continuamos na mesma, também já diz o provérbio “Olhos que não veem, coração que não sente”.

E é sempre mais fácil manobrar alguém que não sabe a diferença entre cartão de crédito e de débito (eu era umas dessas pessoas).

Do meu lado, fico aqui uma recomendação: o livro “Escola de Finanças Pessoais” de Andreia Melo e Tânia Matos, deve ser lido como se fosse uma aula (aliás, os próprios capítulos estão organizados como tal). Além de explicarem vários conceitos, também oferecem dicas para ajudar a duplicar as nossas poupanças, os prós e contras de comprar ou arrendar casa, etc…

PS: Mas se queres uma dica, só entre nós, compra uma estante do Ikea ou então muda a tua morada para o Japão, assim é quase certo que o dinheiro da deslocação dá para pagar o sinal da tua futura casa.

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