A Associação Empresarial de Elvas (AEE), no distrito de Portalegre, criticou hoje o aumento das portagens, em particular na autoestrada A6, considerando que o setor e as populações do interior são “marginalizados” e “esquecidos” pelo Governo.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da AEE, João Pires, lamentou que o Governo não tenha tido em consideração a importância do tecido empresarial do interior, ao aumentar “significativamente” as portagens.
“Mais uma vez, nota-se que o Governo se esqueceu das pessoas do interior. Esquece-se que aqui há pessoas a viver, há empresários, há trabalhadores”, criticou.
O responsável disse que existem nestas medidas “dois pesos e duas medidas”, porque, por um lado, disse concordar com o fim de portagens nas ex-Scut, mas afiançou que discorda, por outro, com o aumento das portagens em autoestradas como a A6, que serve Elvas.
“As ex-Scut desapareceram, e bem”, mas, “em vez de terminar esta portagem [na A6], ainda por cima tem um aumento significativo, o que leva a que as pessoas não queiram vir viver para o interior, não queiram investir, trabalhar”, considerou.
 De acordo com o presidente da AEE, todos os que vivem na região de Elvas são “marginalizados” pelo Governo em vários setores, dando também como exemplos as áreas da saúde e da ferrovia.
“Somo marginalizados de certa forma. É a questão da saúde, é a questão das portagens, é a questão dos comboios, é tudo e mais alguma coisa a fazer com que este deserto que vai sendo o interior seja cada vez mais deserto”, lamentou.
As portagens foram abolidas na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 – Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 – Minho, esta última apenas nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.
A proposta que “elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do interior e em vias onde não existam alternativas que permitam um uso com qualidade e segurança” foi apresentada pelo PS e aprovada com os votos favoráveis dos socialistas, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, a abstenção da IL e os votos contra do PSD e CDS-PP.
A lei foi promulgada pelo Presidente da República em julho de 2024.
De acordo com o PS, a medida tem um impacto orçamental de 157 milhões de euros.

HYT (RCS/FAC) // RRL
Lusa/Fim

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