
Celebrar 75 anos é um marco extraordinário que resulta da soma de muitos fatores, que não vamos enunciar. Optamos por perspetivar o feito olhando apenas para a idade. E o que vemos? Notamos que tratando-se de uma instituição, a correspondência que possa ser feita com a cronologia de uma vida humana (o parâmetro mais óbvio) não tem comparação possível. Se é certo que na génese do surgimento de um órgão de comunicação social paira a incerteza sobre o futuro, também não deixa de ser verdade que existe a ambição de construir um projeto que sobreviva aos criadores. E já chegámos lá! No momento atual (infelizmente) no seio da equipa de produz o Linhas de Elvas, já não constam os fundadores, mas tão somente os sucessores. São 75 anos, e a substituição de gerações ocorre, a todo o vapor, com os que cá estamos agora a trabalhar e a desejar, que outras gerações nos substituam. Por isso, aos 75 anos não estamos velhos. Estamos maduros, consolidados, com alento e muitas ideias. Então pensámos: vamos puxar ainda mais para junto de nós os nossos leitores. A pretexto da belíssima idade 75, queremos convidar a nossa geração de fiéis seguidores a responder, de 15 em quinze dias, a três questões, cujas respostas são importantes para nos ajudarem a continuar a somar anos, a crescer e a ir de encontro às expetativas e à confiança que depositam em nós.
O segundo convidado do podcast “Em 75 Linhas” de Julho é Vasco Abreu. Nascido em Évora, mas elvense desde o primeiro ano de vida, Vasco cresceu ligado ao campo, ao desporto e os valores de família. Com 55 anos, é pai de oito filhos, sete rapazes e uma única rapariga. É figura incontornável da agricultura nacional e defensor ativo da vida no interior, considerando que aqui temos uma qualidade de vida invejável.
Estudou no Instituto Politécnico de Castelo Branco e na Escola Superior Agrária de Elvas, dando início à sua actividade profissional na agricultura com o pai.
Entretanto, decidiu arriscar outros setores: desde o matadouro de Sousel a uma multinacional, passando por uma experiência em agroquímicos em Badajoz, até regressar novamente às suas origens em Elvas para gerir a empresa familiar, a Nutriprado. Hoje, lidera também a Associação Portuguesa de Pastagens e Forragens e defende a biodiversidade e a importância do solo como base de tudo.
É um homem de rotinas, entre as culturas sazonais de semente, a assessoria técnica e a formação ao agricultor. Preocupado entre a biodiversidade e a sustentabilidade, tem uma verdade única: tudo nos vem do solo. O solo é o nosso sustento. É também um crítico atento da digitalização excessiva, das mudanças sociais, e da urgência de voltar a ouvir e a passar sabedoria entre gerações.
Não podemos deixar de referir que é um apaixonado por cavalos e rugby.
A relação que tem com o Linhas de Elvas, bem como as preocupações que tem relativamente ao futuro da região são questões que iremos abordar nos próximos minutos nesta conversa, conduzida com a tranquilidade do campo e a firmeza de quem sempre teve os pés bem assentes na terra.

Este podcast conta com direcção de João Alves e Almeida, condução de Ana Maria Santos e Arlete Calais, edição de David Faroleira (Estagiário) e coordenação comercial de Ana Trigueiro Santos.

