A reactivação do Aqueduto da Água da Prata, em Évora, vai poupar 120 mil metros cúbicos (120 milhões de litros) de água tratada por ano, na rega de espaços verdes da cidade, anunciou a Câmara Municipal.
Os trabalhos do projecto “LIFE – Água da Prata” deverão ter início “nos próximos dias”, de acordo com um comunicado enviado à agência Lusa pelo Município, e vão permitir substituir a água tratada por outra “proveniente de nascentes e captações naturais”, que será “transportada através do aqueduto”.
O projecto, com um orçamento superior a 1,3 milhões de euros, prevê a realização de obras de conservação do aqueduto, “sendo garantido que o monumento não será minimamente afectado na sua traça original”, explica a Autarquia, uma vez que “a água continuará a ser transportada por gravidade, respeitando os métodos originais”.
A água será proveniente de nascentes e poços que não são aproveitados actualmente, na Graça do Divor, sendo necessário, para isso, “proceder à respectiva limpeza e reabilitação” dos mesmos.
“Será construída uma rede de condutas destinada exclusivamente a distribuir a água do aqueduto por grande parte dos espaços verdes. O projecto prevê também a construção de um reservatório de 1.000 m3 (um milhão de litros), que terá como função regularizar o caudal e pressurizar a referida rede”, acrescenta o comunicado da Câmara.
O “LIFE – Água da Prata” irá promover também adaptações estruturais em alguns espaços verdes de Évora “para melhor resistirem a ondas de calor e fenómenos de precipitação extrema”.
As adaptações incluem “plantações de árvores nos jardins para aumento do ensombramento” e melhoria das “condições microclimáticas” no Verão, proporcionando “um ambiente mais fresco e menor necessidade de rega”.
Além da poupança de 120 milhões de litros de água tratada por ano, a Câmara de Évora destaca a redução do consumo energético em bombagem de água, uma vez que 50% das áreas verdes passarão a ser abastecidas “por gravidade”, o que se traduz numa redução de 2,16 toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) por ano.
O aumento de ensombramento corresponderá a uma área de 10.100 metros quadrados e o aumento da resiliência a inundações, abrangendo 45% dos espaços verdes urbanos, irá abranger uma área total de 187.517 metros quadrados.
Será ainda aumentada a resiliência e protecção de margens de ribeiros a fenómenos de precipitação extrema em 1.800 metros de linha de água urbana, nomeadamente através da utilização de pedra e plantação de árvores e arbustos nativos para sustentação das margens na ribeira da Torregela.
O projecto “LIFE – Água da Prata” prevê ainda uma redução adicional do consumo de água para rega de 30 mil metros cúbicos (30 milhões de litros) por ano através da implementação de “outras medidas de eficiência”.
A maior parte das condutas do projecto serão instaladas em áreas verdes ou terrenos livres, mas, nalguns locais, será necessária a sua implantação junto a rodovias, estando previstas “acções pontuais de condicionamento de trânsito nalgumas zonas da cidade”, que serão divulgadas “atempadamente” e “pelos meios habituais”.
O “LIFE – Água da Prata” tem um orçamento total de 1.354.352 euros e obteve um cofinanciamento de 60% de fundos comunitários europeus, através do programa LIFE da União Europeia.

SYL // ROC
Lusa

Carregar mais artigos relacionados
Carregar mais artigos por Redacção
Carregar mais artigos em Destaque Principal

Veja também

Rondão Almeida mantém-se “tranquilo” face à suspensão de publicidade institucional

O presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão Almeida, afirmou ao jornal “Linhas de El…