O Ministério Publico (MP) revelou que instaurou um inquérito para apurar as causas da morte de um bebé de oito dias, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, por alegada falta de socorro médico.
Em resposta a questões colocadas pela agência Lusa, por correio electrónico, o MP de Portalegre anunciou que foi instaurado este inquérito naqueles serviços para a averiguação das causas da morte da criança.
A revista Sábado noticiou a morte de um bebé de oito dias, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, “por falta de socorro médico”.
Segundo a revista, “o socorro foi pedido pelo pai da criança e os bombeiros foram accionados às 9,33h”, depois de o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ter dito que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) “do hospital de Portalegre não estava operacional”.
A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), responsável pelo hospital de Portalegre, revelou ter instaurado um inquérito para apurar “todas as circunstâncias” em que o bebé morreu.
Em declarações prestadas aos jornalistas, a directora clínica da ULSNA, Vera Escoto, revelou que a VMER do hospital de Portalegre esteve cerca de sete horas inoperacional por falta de médico, na quinta-feira.
De acordo com Vera Escoto, aquela unidade hospitalar “fez todos os esforços” naquele dia para colocar a VMER operacional.
“Houve um período, entre as 9 horas e as 15,40h, em que não houve médico, embora se tivessem feito todos os esforços para colmatar essa situação”, indicou.
A directora clínica lembrou que se vive “em período pandémico”, sendo que “os médicos têm várias solicitações e, por isso, pontualmente, houve a falha neste período”, lamentou.
No entanto, Vera Escoto garantiu ainda aos jornalistas que “raramente” a VMER de Portalegre está inoperacional.
Mas, “quando não se consegue, porque acontece um imprevisto e dentro da nossa casa [hospital] não conseguimos colocar alguém, poderá ficar a descoberto”, admitiu.
A Ordem dos Médicos (OM) também já exigiu que a morte do recém-nascido seja “rapidamente investigada, até às últimas consequências”, por configurar “uma situação muito grave”.
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Lusa