O diretor do serviço de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) disse hoje que a unidade tem capacidade para receber as grávidas e parturientes que forem transferidas do hospital de Portalegre.
“Como maternidade de apoio neonatal diferenciado”, o HESE tem condições para prestar “todo o apoio e a população do Alentejo não tem razão para temer, porque vai sentir-se em segurança, de certeza”, disse o diretor de serviço, o médico Fernando Fernandes.
Em declarações aos jornalistas, o clínico afirmou que o HESE ainda não recebeu hoje qualquer grávida transferida do Hospital Dr. José Maria Grande, de Portalegre.
“Tivemos sete partos, entre ontem [ terça-feira] e hoje”, mas de mulheres “não pertencentes ao distrito de Portalegre”, indicou.
As urgências de Obstetrícia do hospital de Portalegre estão encerradas desde as 05:00 de hoje e assim vão permanecer até às 08:00 de sexta-feira, revelou a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA).
Em declarações à agência Lusa, na terça-feira, Ilídio Pinto Cardoso, porta-voz da ULSNA, revelou que o fecho temporário se deve ao facto de a unidade não poder contar, neste período, com dois obstetras, tendo apenas um.
“Não haverá urgência de Obstetrícia dado que dispomos apenas de um obstetra” até sexta-feira, disse.
Já o diretor do serviço de Ginecologia/Obstetrícia do hospital de Évora destacou a “belíssima articulação” existente entre esta unidade e as de Portalegre e de Beja, que permite a prestação de cuidados de Saúde em rede: “Temos já funcionado [assim], não é novo para nós”.
Lembrando a “imensidão” que é o Alentejo e que se trata de uma região do interior, Fernando Fernandes reconheceu que existem neste território carências “muito graves” de profissionais de saúde e “equipas de quadro muito reduzidas”, mas tem sido possível “ter equipas de prestadores de serviço que têm ajudado”.
O HESE, com um quadro com nove médicos da especialidade – “só dois” deles é que têm menos de 55 anos – tem “as escalas feitas” até final do mês, mas tal não impede algum imprevisto.
“Não posso prometer que um dos médicos que está escalado para amanhã [quinta-feira] não tenha ‘covid’, como aconteceu anteontem [segunda-feira]”, o que obrigou ao “reescalonamento completo da escala deste fim de semana, que ainda por cima é com feriados”, referiu.
Segundo o diretor de serviço, perante esta situação concreta, os médicos da equipa foram “inexcedíveis” e as escalas foram refeitas, mas o plano de contingência prometido pela ministra da Saúde, Marta Temido, é necessário.
“Tenho médicos que vão fazer banco dia sim, dia não, nos preços a que nós sabemos, porque que ainda não temos o plano de contingência da senhora ministra, que eu espero que venha acautelar um bocadinho” a situação, afirmou.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que a ministra da Saúde, Marta Temido, vai apresentar ao final da tarde  um “programa estrutural” para dar resposta a “problemas estruturais” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

RRL (HYT/IEL) // VAM
Lusa

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