“Construamos um Mundo justo com desenvolvimento comum”

“Construir um mundo justo de desenvolvimento comum” foi o tema da intervenção proferida ontem (segunda-feira) pelo Presidente Xi Jinping, na 19ª Cimeira de Líderes do G20, no Rio de Janeiro.

OChefe de Estado chinês referiu que, atualmente, “transformações de escala nunca vista desde há um século, estão a acelerar em todo o Mundo, e a Humanidade enfrenta oportunidades e desafios sem precedentes”. E acrescentou:

“Como líderes dos principais países, não podemos deixar que a nossa visão seja bloqueada pelas nuvens. Temos que ver o Mundo como uma comunidade com futuro compartilhado e assumir as responsabilidades de dar seguimento à História. Na Cimeira em Hangzhou, a China colocou o desenvolvimento pela primeira vez no centro da coordenação das políticas macroeconómicas do G20. Esta Cimeira no Rio de Janeiro escolheu, como seu lema,‘Construindo um mundo justo e um planeta sustentável’, e decidiu criar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. De Hangzhou ao Rio, temos vindo a trabalhar para uma mesma meta, isto é, construir um mundo justo com desenvolvimento comum”.

E continuou:

“Para construir um mundo assim, precisamos de canalizar mais recursos para áreas como comércio, investimento e cooperação de desenvolvimento e fortalecer instituições de desenvolvimento. Tem de haver mais pontes de cooperação e menos ‘pequenos quintais com muros altos’, para que cada vez mais países em desenvolvimento tenham uma vida melhor e alcancem a modernização. Precisamos de ajudar os países em desenvolvimento a adotar estilos de vida sustentáveis e a dar resposta adequada aos desafios, como mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição ambiental, destacando a conservação ecológica e a harmonia entre o homem e a Natureza. É necessário criar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação económica internacional. Devemos promover uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva, energizar o desenvolvimento sustentável com novas tecnologias, novas indústrias e novas formas de negócios, e apoiar os países em desenvolvimento a integrar-se melhor no desenvolvimento digital, inteligente e verde, assim diminuindo o fosso entre o Sul e o Norte. Ainda precisamos de persistir no multilateralismo. Devemos defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas, a ordem internacional alicerçada no direito internacional, e as normas básicas das relações internacionais que se baseiam nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”.

CHINA TIROU DA POBREZA

800 MILHÕES DE PESSOAS

Xi Jinping afirmou depois que “o desenvolvimento da China é uma parte importante do desenvolvimento comum do Mundo”, e que o seu País“tem tirado 800 milhões de pessoas da pobreza, e atingiu com antecedência o objetivo de redução da pobreza estabelecida na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável”. E sublinhou:

“Essa conquista é fruto dos esforços conjuntos e árduos do governo e povo chineses. Em tudo o que a China faz, o povo é sempre colocado no centro. A China declarou solenemente que ‘nenhuma região ou indivíduo pobre deve ser deixado para trás’. Para tratar a pobreza, o governo chinês elaborou políticas direcionadas, facilitou o crescimento económico, reforçou as indústrias locais com características distintivas e promoveu a prosperidade comum. Este alívio da pobreza da China prova que os países em desenvolvimento podem eliminar a pobreza; que um pássaro mais fraco pode começar cedo e voar alto, desde que tenha resiliência, perseverança e espírito de luta; que água mole pode furar pedra dura; e que planos ambiciosos podem ser tornados em realidade. Conseguiu a China, conseguem os outros países em desenvolvimento. Eis o que significa o combate à pobreza da China para o mundo”.

Xi Jinping frisou depois: “A China é sempre um membro do Sul Global, um parceiro confiável de longo prazo para os países em desenvolvimento e um praticante e empreendedor que trabalha para a causa do desenvolvimento global. O país quer avançar rumo à modernização, de mãos dadas com os outros países em desenvolvimento”.

OITO AÇÕES PARA APOIAR

DESENVOLVIMENTO GLOBAL

Xi Jinpingapontou depois oito ações da China para apoiar o desenvolvimento global:

1)Promover a cooperaçãode alta qualidade no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. A China continua a promover a rede multidimensional de conectividade desta iniciativa, orientada para a construção da “Rota da Seda Verde” e fortalecimento da “Rota da Seda Digital”.

2) Implementar a Iniciativa para o Desenvolvimento Global. A China garantirá que o centro de pesquisa do Sul Global em construção, funcionará como planeado, continuará a apoiar os países em desenvolvimento e aprofundará a cooperação prática em áreas como redução da pobreza, segurança alimentar e economia digital.

3) Apoiar o desenvolvimento na África. A Cimeira de Pequim do Fórum de Cooperação China-África anunciou dez ações de parceria para promover, de mãos dadas com a África, a modernização nos próximos três anos, bem como o apoio financeiro para o efeito.

4) Apoiar a cooperação internacional na redução da pobreza e segurança alimentar. A China decidiu aderir à “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, e apoia o G20 para convocar a Reunião Ministerial de Desenvolvimento, mantendoo compromisso de sediar a Conferência Internacional sobre Perda de Alimentos e Desperdício.

5) A China, juntamente com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, propõe uma Iniciativa sobre Cooperação Internacional na Ciência Aberta para ajudar o Sul Global a ter melhor acesso a avanços m ciência, tecnologia e inovação.

6)Apoiar o G20 a levar a cabo a cooperação prática para o benefício do Sul Global, os trabalhos do Centro de Pesquisa do Empreendedorismo sobre as Economias do G20, com sede em Pequim, a cooperação na educação digital e a digitalização de museus e arquivos antigos.

7)Implementar o Plano de Ação Anticorrupção do G20, fortalecendo a cooperação com outros países em desenvolvimento em áreas como repatriação de refugiados, recuperação de ativos, negação do refúgio de corrupção e capacitação anticorrupção.

8) A China está a aperfeiçoar a abertura de alto padrão e a ampliar a abertura aos PMD (Países Menos Desenvolvidos), tendo anunciadotaxas alfandegárias zero para todos os PMD que têm relações diplomáticas com a China.

ALIANÇA GLOBAL

CONTRA FOME EPOBREZA

“Uma jornada de mil quilómetros começa com o primeiro passo”, afirmou Xi Jinping no final do seu discurso, acrescentando que “a China está pronta a dar passos juntamente com todos os que queiram construir um mundo justo de desenvolvimento comum, deixando a pobreza no passado e transformandoesta visão em realidade”.

Antes da Cimeira, presidida Pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, Xi Jinping e outros líderes participaram na cerimónia de lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa proposta pelo Brasil.

Publicidade: Centro de programas de línguas da Europa e América Latina da China

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