O actual conflito entre a Palestina e Israel já causou mais de 3.500 mortos e as Nações Unidas alertaram para o facto de a situação humanitária em Gaza se estar a deteriorar drasticamente.

A causa profunda dos conflitos entre os dois lados reside no facto da Palestina não ter visto ainda concretizado o seu desígnio de ter um Estado independente – uma injustiça histórica que se mantém até hoje.

A eclosão do actual confronto prova, uma vez mais, que a implementação da “solução de dois Estados” é o único caminho que pode resolver a crise no Oriente Médio.

É por esta razão que as Nações Unidas, os Estados Árabes, a China, a Rússia e a União Europeia apelaram às duas partes para que cessem os combates e retomem as negociações sobre a “solução dos dois Estados”, a fim de alcançar uma coexistência pacífica.

A “solução dos dois Estados”, tal como é reconhecida pela comunidade internacional, refere-se à criação de um Estado palestiniano independente e plenamente soberano com base nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital. Uma condição importante para o cumprimento deste plano é que os dois lados aceitem o princípio “terra por paz”, segundo o qual a propriedade de certas terras é cedida em troca de uma paz duradoura e justa.

A “solução dos dois Estados” tem sofrido uma longa evolução histórica. Já em 1937, a Grã-Bretanha propôs a criação de um Estado judeu e de um Estado árabe na Palestina. Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a Resolução 181, que previa a criação de um Estado árabe e de um Estado judeu na Palestina. Nas décadas seguintes, eclodiram várias guerras no Médio Oriente. Em 1967, Israel ocupou Jerusalém Oriental, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, apropriando-se de todas as terras palestinianas que tinham sido designadas pelas Nações Unidas como Estado árabe.

Em 1993, os palestinianos e os israelitas assinaram os Acordos de Oslo, que deram início ao processo “terra por paz”. Ambas as partes aceitaram a “solução dos dois Estados” como um princípio importante para alcançar a paz. No entanto, em termos de aplicação, os dois lados tiveram sérios desacordos sobre questões como o estatuto de Jerusalém, a demarcação da fronteira da Cisjordânia e o direito de regresso dos refugiados. Depois do ano 2000, o processo de paz foi gradualmente estagnando. E, após o fracasso das conversações de paz em 2014, não houve nova ronda de negociações.

Agora, com a eclosão deste novo confronto, cada vez mais pessoas estão conscientes de que a “solução dos dois Estados”, apesar dos muitos desafios que enfrenta, continua a ser a única que merece consenso para resolver o conflito.

Por um lado, assume o espírito das resoluções das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, é a única solução aceitável tanto para os palestinianos como para os israelitas. Apesar da existência de vozes contrárias em Israel, a maioria dos israelitas continua a acreditar que a “solução de dois Estados” é a única possibilidade de alcançar uma coexistência pacífica entre a Palestina e Israel.

Além disso, esta solução é a única forma de garantir uma paz duradoura no Médio Oriente. A maioria dos países árabes considera que uma paz duradoura e justa entre a Palestina e Israel, construída no âmbito da solução de dois Estados, constitui uma condição prévia para a normalização das relações israelo-árabes.

A questão da Palestina não pode tornar-se uma ferida que o mundo não consiga curar, e o processo de paz no Médio Oriente merece o apoio de todas as partes. De acordo com as últimas notícias, o enviado especial do Governo chinês para a questão do Médio Oriente vai visitar, nos próximos dias, diversos países da região, para promover uma solução pacífica para esta nova crise.

Ao mesmo tempo, a China apelou à convocação de uma conferência internacional de paz sob os auspícios das Nações Unidas, o mais rapidamente possível, acreditando que só a aplicação da “solução dos dois Estados” conseguirá uma verdadeira paz no Médio Oriente.

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