Arronches é um concelho que tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade externa e é com naturalidade que se constata que as suas infraestruturas são, com frequência,  requisitadas por diversas instituições, não só da região, como de todo o país, para a realização das iniciativas por si organizadas e às quais o Município se tem vindo a associar.

Foi precisamente isso que aconteceu terça-feira, dia 23 de abril, com o espaço nobre que é o Convento de Nossa Senhora da Luz, preparado para receber qualquer tipo de evento depois do processo de reabilitação e beneficiação, a acolher a cerimónia promovida pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da Semana Europeia da Vacinação de 2024 e que teve como tema ‘Vacinas: A Proteger Gerações’.

Antes, porém, o presidente do executivo camarário, João Crespo, na companhia, entre outros, do vice-presidente e da vereadora do Município, respetivamente Paulo Furtado e Maria João Fernandes, do presidente da Assembleia Municipal, José Bigares, dos presidentes das Juntas de Freguesia de Assunção e Mosteiros, Pedro Fernandes e Diamantino Pinto, do secretário da Junta de Freguesia de Esperança, José Álvaro e do presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, Joaquim Araújo, recebeu a comitiva da Direção-Geral da Saúde, liderada pela diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado para uma visita ao Centro de Saúde de Arronches, guiada pelo médico responsável e coordenador da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, Eliseo Senante, existindo um breve contacto com utentes que ali se encontravam precisamente para a administração de vacinas.

À chegada ao Convento de Nossa Senhora da Luz, a receção aos convidados foi feita nos claustros, ao som das Pedrinhas de Arronches, com o responsável pelo grupo, Adelino Caiadas, a ter oportunidade de explicar tão peculiar técnica de fazer música com as pedras apanhadas nas margens do Rio Caia.

A abrir a cerimónia propriamente dita, usou da palavra o presidente do Município para, após um cumprimento muito especial a todos os presentes, demonstrar a enorme satisfação e orgulho em receber tão importante acontecimento institucional no supracitado templo, um “guardião de memórias da vila de Arronches” e que se encontra agora devidamente preparado para ser palco de cultura e conhecimento. Depois de abordar o sucesso do Plano Nacional de Vacinação, o autarca afirmou que, em Arronches, a saúde é uma prioridade e que, por isso mesmo, vai brevemente avançar, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, uma intervenção no valor de cerca 375.000,00€ no Centro de Saúde de Arronches, promovida pela Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo com o apoio técnico da autarquia. A Câmara Municipal mantém igualmente uma relação muito próxima com a população, sobretudo com a mais idosa, cujos apoios, através do Cartão Municipal do Idoso, permitem, aos aderentes, a comparticipação de 50% do valor dos medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde, existindo ainda, diariamente, a realização de ações de sensibilização junto da comunidade, como, por exemplo, na Academia Sénior de Arronches. A terminar, João Crespo mencionou o extraordinário trabalho de parceria entre o Município e a estrutura local da Unidade Local de Saúde no combate à Covid-19, que culminou na criação de um Centro de Vacinação Municipal, sem o qual não seria possível atingir uma taxa de vacinação tão elevada no concelho.

Seguiram-se as palavras de Joaquim Araújo, que começou por tecer umas breves palavras de gratidão para com a Direção-Geral da Saúde por ter escolhido o distrito de Portalegre e, em concreto, o concelho de Arronches para a realização desta cerimónia. O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo enalteceu a enorme proximidade e todo o trabalho desenvolvido pelas autarquias no apoio aos Centros de Saúde da região. Ao falar da cerimónia propriamente dita, o dirigente considerou este um momento de reflexão, sensibilização, avaliação e também de comemoração por um dos maiores sucessos da medicina em Portugal, o Programa Nacional de Vacinação, uma referência a nível internacional, que tem permitido dar uma resposta aos constantes desafios que têm surgido ao longo dos tempos. Joaquim Araújo não quis deixar de falar da realidade da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, da sua taxa de vacinação e da forma como foi vivida a pandemia de Covid-19, fazendo um elogio aos profissionais de saúde da instituição, que têm revelado uma enorme capacidade para proteger a população do distrito. Por fim, deixou uma mensagem de esperança, desejando que ULSAA trabalhe cada vez melhor em prol de toda a comunidade.

As intervenções iniciais terminaram com o discurso da diretora-geral da Saúde, que se mostrou bastante satisfeita por estar em Arronches, onde toda a comitiva foi muito bem recebida, dirigindo uma palavra de apreço ao Município pelos esforços desenvolvidos para receber esta cerimónia, cujo objetivo é a celebração do impacto e do poder da vacinação, uma emblemática história de sucesso para a saúde, na prevenção da doença. Rita Sá Machado explicou que o Programa Nacional de Vacinação acompanha a pessoa ao longo do ciclo da vida, ajudando as crianças a crescer saudáveis e, no caso dos adultos, prolongar essa proteção, que apesar de individual é também populacional, ficando nessa fase um elogio à comunidade pela elevada taxa de vacinação apresentada, já que manter as gerações saudáveis e protegidas é um trabalho de todos. A diretora avançou depois para a explicação daquilo que são os projetos e os objetivos futuros da Direção-Geral da Saúde, ficando a promessa de adequar as respostas às diferentes realidades do país para suprir as desigualdades que ainda existem. Numa altura em que a Direção-Geral da Saúde se encontra a celebrar 125 anos de existência, Rita Sá Machado pretende acelerar a transformação e modernização da instituição, contando para isso com o trabalho fundamental de todos os colaboradores e parceiros, a quem também deixou rasgados elogios.

A sessão continuou com Teresa Fernandes, coordenadora do programa nacional de vacinação da DGS, a apresentar aquilo que foi a ‘Vacinação em Portugal 2023 em Números’, destacando-se dados como: a elevada taxa de coberturas vacinais de todas as vacinas recomendadas no PNV avaliadas até aos 7 anos de idade, sendo de 98% a 99% no fim do primeiro ano de vida; as elevadas coberturas vacinais contra o sarampo, cumprindo e ultrapassando a meta nacional e internacional dos 95%; a vacinação do sexo feminino contra HPV, que mantém o seu nível de excelência de 90% para o esquema completo, aos 12 anos de idade; a cobertura vacinal do sexo masculino contra HPV, que revela excelente adesão à vacinação, atingindo em 2023 o nível das raparigas; as coberturas próximas de 90% para o esquema vacinal completo nas coortes de rapazes abrangidas pela vacinação (2009, 2010 e 2011, respetivamente 14, 13 e 12 anos de idade); a elevada proporção de adolescentes e adultos vacinados com a vacina Td, tendo-se registado um aumento geral das coberturas, principalmente nos adultos (87% a 91%) e a cobertura vacinal estimada da grávida para proteger o recém nascido contra a tosse convulsa, que se mantém em níveis elevados (84%).

De seguida, espaço para a mesa redonda, onde, com a moderação de Benvinda dos Santos, diretora da Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde, os intervenientes falaram da realidade das instituições que representam, sendo o painel composto pela vereadora do Município anfitrião, Maria João Fernandes, pelo representante da Educação, José Monteiro, pelo representante da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, André Gomes e pela representante de uma associação de utentes, no caso, Margarida Navalhinhas.

Para terminar a sessão, Miguel Arriaga, chefe na Divisão de Literacia, Saúde e Bem-estar na Direção-Geral da Saúde e Jorge Oliveira, representante da HEI-Lab, apresentaram os resultados preliminares do estudo promovido pela DGS, denominado ‘Preditores e Barreiras da Vacinação’, cujo objetivo consiste na avaliação da perceção sobre a eficácia da campanha de promoção da vacinação, facilitadores e barreiras à vacinação.

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