“Um debate é uma troca de conhecimentos. Uma discussão é uma troca de ignorâncias.” – atribuído a Robert Quillen.
Desde o dia 5 de fevereiro, oito partidos políticos têm se enfrentado em debates. O confronto inicial ocorreu entre o Partido Socialista (PS), representado por Pedro Nuno Santos, e a Iniciativa Liberal (IL), representada por Rui Rocha, aos quais foram atribuídos, respetivamente, os apelidos de “Incompetente” e “Aventureiro”.
Com apenas cerca de meia hora disponível para cada debate, parece que estamos a utilizar a opção de velocidade máxima para os candidatos. Pessoalmente, tive de revisitar os debates várias vezes para compreender além das afrontas trocadas. Isso sem mencionar as constantes interrupções mútuas e a luta pelo equilíbrio do tempo.
Neste momento, o que se espera é a apresentação clara das propostas dos partidos. Os moderadores lançam os temas estruturantes, como saúde, habitação e educação.
Os únicos partidos que não apresentaram o seu programa eleitoral nos primeiros debates foram o PS, a AD e o Chega. Com o PS a apresentá-lo durante uma convenção de aproximadamente uma hora e meia, no domingo, dia 11 de fevereiro.
É crucial a leitura dos programas eleitorais de cada partido, que têm quase 200 páginas cada. Entendo que, para pessoas com empregos das 9 às 17h, com filhos e tarefas domésticas, essa leitura pode ser vista como uma prioridade em última instância.
Neste contexto, deveriam prevalecer debates mais compactos, João Maria Jonet, em declaração ao canal SIC Notícias, afirmou que o nosso nível de escolarização exige debates mais consistentes em comparação ao pós-25 de abril, onde nessa altura os debates chegavam a durar cerca de quatro horas.
Atualmente, dispomos de meros segundos para os líderes partidários e duas horas para os comentadores em cada canal. Apesar de apreciar a análise dos comentadores, pois ajudam a esclarecer pontos cruciais.
Os debates eleitorais desempenham um papel fundamental na democracia, mas enfrentam desafios que exigem inovação e compromisso com a transparência, a educação e a inclusão. A adaptação dos formatos de debate para melhor atender às necessidades dos eleitores modernos e a garantia de uma cobertura mediática equilibrada e informativa são passos essenciais para fortalecer o processo democrático.